O congestionamento não é exatamente o tema político mais em voga dos nossos tempos, mas é um problema que ameaça qualquer cidade com tráfego intenso. As empresas precisam fazer e receber entregas fiáveis, os moradores precisam chegar ao trabalho a tempo e os turistas também precisam de se deslocar rápida e facilmente. Fala-se muito mal das ciclofaixas, mas o trânsito nada mais é do que pessoas tomando decisões sobre onde, quando e como ir de um lugar para outro. Isto significa que retirar espaço rodoviário dos carros, em favor das bicicletas, em muitos casos, pode reduzir o congestionamento. |
Ciclovias tornam os translados de carro menos atraentes e, ao mesmo tempo, incentivam as pessoas a andr de bike, de transporte público ou a pé. Todas as evidências apontam para que as ciclofaixas tenham um impacto positivo no congestionamento, na poluição e na nossa saúde. Além de tornar as ruas da cidade menos movimentadas, andar de bicicleta, transporte público e caminhar aumenta o exercício e diminui as emissões de carbono.
Todos têm a sua opinião sobre o que causa o congestionamento, muitas das quais são conflitantes. As causas são complexas, mas 75% do congestionamento é causado simplesmente pela existência de uma procura muito grande no nosso espaço limitado nas ruas. Ou, o que é o mesmo, muitos veículos motorizados e poucas pessoas neles.
Juntamente com a caminhada, o ciclismo é o mais saudável e sustentável de todos os modos de transporte e a forma mais eficiente de movimentar muitas pessoas no nosso limitado espaço rodoviário. Só para que se tenha uma ideia, eu vou ao centro da cidade de bike de forma mais rápida que de carro ou ônibus.
Muitas pessoas não pedalam por falta de ciclovias e pelo medo de serem atropeladas nas ruas. Uma vez que uma nova ciclofaixa é inaugurada logo seu tráfego aumenta e movimentando cinco vezes mais pessoas por hora do que uma faixa de rodagem principal nas zonas mais congestionadas da cidade. Nos horários de pico, infraestruturas cicloviária podem movimentar em média mais de 50% das pessoas ao longo do percurso, apesar de ocupar menos de 30% do espaço rodoviário equivalente.
Mas o brasileiro continua sendo um problema. Fazem ciclofaixas e os motoristas estacionam sobre elas ou as pessoas que fazem caminhada invadem e ainda acham ruim quando você pede passagem. A humanidade parece ter perdido a capacidade, diligência e a civilidade de compartilhamento do espaço público.
Se você der bobeira na rua, passam com o carro por cima de você. Em geral, o debate entre pedestre, ciclista e motorista é um exemplo clássico de debate entre maioria e minoria. Os motoristas são os usuários dominantes da estrada e os pedestres, donos da calçada: eles aceitam aqueles que também fazem parte do grupo e estão mais dispostos a perdoá-los.
Por outro lado, os ciclistas são minoria e são considerados uma ameaça. Estão sujeitos à desumanização e atribuição do grupo errado, onde o fracasso de um ciclista é visto como representativo de todo o grupo ("aquele ciclista furou um semáforo vermelho ou atropelou alguém na calçada" torna-se "os ciclistas furam o semáforo vermelho e atropelam todo mundo nas calçadas").
Ao perceber outros usuários do espaço público como rivais, estamos generalizando sobre como tratá-los, embora nossas suposições não possam ser menos verdadeiras. Nesse debate, a maioria das opiniões negativas sobre os ciclistas não se baseia em fatos, mas em preconceitos inerentes que temos como humanos. Muitos motoristas admitem que se incomodam mais com o comportamento de outros motoristas ou motoqueiros do que com o dos ciclistas. Embora eles se queixem mais do último.
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Comentários
Realmente, as ciclovias não obstruem as ruas. Os ciclistas que não usam ciclovia sim.
Moro em uma cidade litorânea, e temos 15km de ciclovia beirando a orla (e bem mais do que isso se contar no resto da cidade). Desses 15, pelo menos 8 são ao lado da rodovia em que eu trafego todos os dias, e GARANTO que uma taxa de entre 60 e 70% dos ciclistas preferem trafegar pelo acostamento.
Sem contar os de meia idade em bicicletas caras e roupas de spandex que acham que estão treinando pra obter índice olímpico, pq nesses casos beira os 100%, já que eles são "bons demais" pra respeitar uma velocidade compatível com ciclovias e preferem usar o meio da rua mesmo.
Só pra ilustrar, ano passado um senhor de meia idade com essas roupinhas estilo super herói da marvel por causa da aerodinâmica veio brigar com meu irmão, pq ele estava estacionado no ACOSTAMENTO de uma avenida que já conta com ciclovia dos dois lados.
*e não é pq o piso é "melhor", as ciclovias aqui são muito bem cuidadas e do mesmo asfalto da rua, a única diferença é que são pintadas de vermelho.