Em 2016, a unidade de terapia intensiva neonatal do hospital universitário de Berna, na Suíça começou a utilizar a musicoterapia como tratamento de bebês prematuros. Técnicas como a fertilização in vitro aumentaram o número de nascimentos múltiplos e de bebês nascidos prematuramente. Mas a tecnologia utilizada para tratar bebês prematuros também se desenvolveu, de modo que hoje, mesmo os bebês nascidos mais de três meses antes da data prevista (na 24ª semana de gestação) têm hipóteses de sobrevivência. |
Esta terapia na UTI infantil baseia-se na, hoje vasta, pesquisa de que a música pode ajudar aqueles que nascem muito cedo a adaptarem-se à vida fora do útero. Alguns bebês prematuros são muito pequenos e frágeis para serem segurados e confortados pelo toque humano, e muitos são frequentemente agitados e mostram outros sinais de estresse. Outras complicações comuns incluem pulmões imaturos, doenças oculares, problemas de sucção e dificuldades de sono e de alerta.
" ♪♫ Dorme neném que a cuca vem pegar ♫♪ " é um exemplo de que as vibrações e os ritmos calmantes da música podem beneficiar bebês ainda no útero ou recém-nascidos prematuros e outros bebês doentes. Um estudo de 2023, realizado por pesquisadoras italianas da Universidade de Parma, na Itália, atestou a relevância dos estímulos ambientais para o desenvolvimento cerebral durante os períodos pré e perinatal e os efeitos benéficos da estimulação musical que pode lidar com a programação fetal e os principais distúrbios neurocomportamentais.
O problema é que muitos planos de saúde não pagam pela musicoterapia por causa de dúvidas de que isso resulte em qualquer melhoria médica duradoura. Alguns médicos dizem que a música funciona melhor para aliviar o estresse dos bebês e ajudar os pais a se relacionarem com os bebês que estão doentes demais para ir para casa.
Mas em meio a monitores sonoros, suportes intravenosos e tubos respiratórios de plástico nos quartos de bebês, musicoterapeutas podem oferecer um contraste calmante que até os menores bebês parecem notar, pois a musicoterapia pode proporcionar de forma única a experiência de escuta passiva que apenas incentiva o relaxamento do paciente e indiretamente incentiva a participação da família, pois muitos pais, ao lado do berço, acabam sussurrando carinhosamente e até cantam para o filho durante a sessão.
- "Muitas vezes as famílias ficam com medo de interagir com os filhos porque estão muito doentes e frágeis, e a música lhes proporciona algo que ainda podem fazer", disse Friederike Haslbeck, que trabalha com bebês prematuros em Berna e Zurique, tratando de seis a oito bebês prematuros por dia.
Os musicoterapeutas dizem que apresentações ao vivo em hospitais são melhores do que músicas gravadas porque os pacientes podem sentir as vibrações da música e também se beneficiar ao ver os músicos.
Alguns hospitais brasileiros já oferecem a estratégia terapêutica que utiliza a música como meio de promover a saúde e o bem-estar de recém-nascidos nas suas unidades de cuidados intensivos e a sua popularidade é cada vez mais crescente.
Friederike diz que sons suaves e rítmicos da música podem imitar os sons do útero e proporcionar um ambiente reconfortante para prematuros. Ela canta e toca um pequeno monocórdio ou violão e diz que os sons ajudam a acalmar bebês enquanto são submetidos a procedimentos médicos.
Os bebês expostos à música em geral têm efeitos positivos para a saúde, como melhores níveis de oxigênio no sangue, estados de alerta silencioso e acabam aprendendo a mamar. Friederike disse que recentemente ouviu falar de uma mulher cuja filha nasceu prematuramente no hospital universitário de Berna há seis anos. Ela tocou uma canção folclórica dos anos 1960 para a criança, que até hoje adora essa música.
Os primeiros estudos avaliando o efeito da musicoterapia em bebês prematuros foram realizados na década de 1970. O objetivo deles era testar se a música poderia ser prejudicial. Na década de 1990, uma das pioneiras nos EUA, Jayne Standley, começou a treinar musicoterapeutas para trabalhar com bebês.
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