O debate sobre se vivemos ou não em uma simulação tem cativado filósofos e cientistas há algum tempo. Durante muitos anos, essa ideia foi objeto de interesse principalmente na religião, na filosofia e na literatura. Da caverna de Platão e do gnosticismo à ficção científica de Philip K. Dick, a ideia de simulação ou de uma realidade ilusória que pode ou não ser criada por uma falsa divindade ou um simulador, tem fascinado os seres humanos. Mas isso só recentemente foi abordado a partir de uma certa perspectiva científica. |
Agora, Melvin Vopson, da Universidade de Portsmouth, acredita ter encontrado uma prova definitiva desta teoria. Usando sua Segunda Lei da Infodinâmica, Melvin afirma que a diminuição da entropia nos sistemas de informação ao longo do tempo poderia ser evidência de uma "otimização e compressão de dados" intrínseca do universo, apontando para sua natureza digital.
Inspirado no icônico filme Matrix, Melvin afirma que, tal como no filme, vivemos numa realidade simulada por computador.
- "As leis da física governam o funcionamento do universo", explicou Melvin. - "E uma das mais poderosas é a segunda lei da termodinâmica, que implica que a entropia só pode aumentar ou permanecer a mesma."
Mas, com base na sua própria Segunda Lei da Infodinâmica, Melvin observou que a entropia informacional permanece constante ou até diminui.
O cientista analisa diferentes sistemas, incluindo físicos, cosmológicos e biológicos. Ele propõe que mutações genéticas, ao contrário da teoria de Darwin, poderiam ocorrer para minimizar a entropia da informação.
Usando o coronavírus e as suas mutações como exemplo, a sua investigação, publicada na revista AIP Advances, demonstra uma correlação única entre informação e dinâmica mutacional.
Para Melvin, este é um elemento que indica que a simulação em que vivemos comprime e otimiza os dados.
- "Um universo hipercomplexo como o nosso, se fosse simulado, exigiria que isso funcionasse", acrescentou.
Embora suas conclusões devam ser corroboradas por outros cientistas, a proposta de Melvin despertou o interesse da comunidade científica. E, sobretudo, as suas ideias serão tomadas por entusiastas desta teoria de que estamos vivendo em uma simulação, como personagens presos dentro de um videogame de algum alienígena.
Os proponentes de destaque desta teoria, conhecida como "hipótese de simulação" incluem o chefe da SpaceX, Elon Musk. Durante um podcast com Joe Rogan, depois de fumar um baseado, ele expôs a ideia dessa possibilidade.
- "Se você assumir qualquer taxa de melhoria, os jogos acabarão sendo indistinguíveis da realidade", disse Elon antes de concluir: - "Provavelmente estamos em uma simulação."
O próprio astrofísico Neil deGrasse Tyson concorda, dando probabilidades melhores que 50-50 de que a hipótese da simulação esteja correta.
- "Eu gostaria de poder invocar um argumento forte contra isso, mas não consigo encontrar nenhum", disse ele.
O atual ataque à realidade começou com um artigo de 2003 de Nick Bostrom. Nele, o filósofo da Universidade de Oxford estabeleceu uma lógica contundente: se existem civilizações tecnológicas de vida longa no universo, e se elas executam simulações de computador, deve haver um grande número de realidades simuladas completas com habitantes de inteligência artificial que podem não ter ideia de que estão vivendo dentro de um jogo... como nós, talvez.
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