Enormes rochas brilhantes iluminam festival em Singapura

Iwagumi é um termo japonês que se refere ao arranjo metódico das rochas no paisagismo aquático, muito utilizado em aquarismo. Geralmente assumindo a forma de pedras fortes e pesadas apoiadas umas nas outras, como se fosse um relevo rochosoa represa, em oposição a um ambiente aberto e arejado, a forma de arte distinta aprecia e mostra a beleza humilde das rochas. Para a décima edição do festival de arte i Light Singapore na Marina Bay, o estúdio de arte e tecnologia ENESS de Melbourne presta homenagem à tradição criativa com uma grande instalação intitulada Espaço Aéreo Iwagumi.

A obra monumental consiste em dezesseis prodigiosas formas rochosas inseridas em um parque gramado, como se transformassem a cidade em um gigantesco aquário. Os moradores da cidade vagam pelas rochas como a vida marinha, explorando cantos e recantos subaquáticos.

Com até 13 metros de altura, as estruturas mais altas imitam a subida dos edifícios circundantes da cidade. E embora a indicação visual da textura robusta faça com que cada peça pareça robusta, as formas rochosas possuem uma sensação de leveza, pois são todas infláveis.

- "À medida que o público se move pela instalação, cada pedra desencadeia sons diferentes, acrescentando-se aleatoriamente à colagem auditiva geral."

A instalação de arte de 4.900 m² é uma declaração colossal sobre honrar o nosso mundo natural, trazendo a natureza selvagem para a urbanidade. Os 16 infláveis ​​cheios de ar foram dispostos contra o horizonte brilhante, como se uma paisagem montanhosa tivesse pousado milagrosamente na costa.

O aquarista lendário, Takashi Amano foi o pioneiro nessa nova forma de paisagismo aquático usando apenas rochas que ele chamou de iwagumi. Esta forma imita formações rochosas naturais: uma expressão do amor japonês pela natureza e pela simplicidade.

- "Através desta obra estamos celebrando como o povo japonês reconhece a natureza como o designer definitivo em termos de composição", disse o artista e fundador da ENESS Nimrod Weis. - "Pratico a arte do paisagismo há muitos anos, por isso foi uma extensão natural tentar aplicar estes princípios a esta enorme formação rochosa ao ar livre."

O Espaço Aéreo Iwagumi é coberto com intrincadas texturas de rocha, alcançando um feito óptico adicional: os 16 infláveis ​​cheios de ar são transformados no que parecem ser milhares de toneladas de rocha.

- "Há um enorme elemento de surpresa neste trabalho quando os visitantes tocam nas obras de arte e percebem que, na verdade, elas são infláveis", disse Nimrod.

Como experiência sensorial adicional, foram criadas fendas ao longo da intrincada formação, criando oportunidades para se espremer através das rochas insufláveis ​​ao longo de seções de até 10 metros, como se atravessasse um verdadeiro desfiladeiro.

A paisagem sonora que acompanha a obra cria um ambiente altamente texturizado e sutil, incluindo sons de pássaros, sapos noturnos, grilos, macacos, morcegos e riachos de montanha. À medida que o público se move pela instalação, cada pedra emite sons diferentes aleatoriamente, acrescentando-se à colagem auditiva geral.

Para reforçar ainda mais a extensão das cidades e o efeito que a vida moderna teve na natureza, no fundo da formação, os sons das ruas próximas penetram no silêncio, levantando a questão sobre a nossa relação com a natureza selvagem no mundo moderno.

À noite, rochas individuais brilham como brasas ou lava derretida, evocando noções sobre o nascimento das próprias rochas. As pedras brilhantes são um farol para os visitantes de toda a baía centralizando a natureza como 'experiência artística' em um momento crítico do nosso presente ambiental que dá atenção ao tema do festival.

As rochas ocupam um lugar único na cultura humana. As rochas místicas de Stonehenge têm grande importância espiritual. Muitos artistas e entusiastas da arte são motivados por estas formas naturais, criando formações de seixos em rios e praias.

As crianças muitas vezes coletam pedras compulsivamente como parte da brincadeira. Este trabalho procura trazer harmonia, monumentalidade e um sentimento de admiração a uma experiência urbana, reconectando-nos com uma ressonância fundamental da natureza e da terra.