Entre o fim do inverno e começo da primavera, as lagartas-do-pinheiro (Thaumetopoea pityocampa) descem das árvores e se deslocam pelo solo em longas filas. Elas seguem perfeitamente alinhadas, com a cabeça de uma tocando a cauda da seguinte, por vezes ao longo de vários metros. No entanto, estes animais podem ser perigosos para as pessoas, e também para os animais, devido às reações alérgicas que provocam através de seus pelos urticantes. Chama-se lagarta-do-pinheiro porque se alimentar de suas agulhas e criar grandes colônias nessas árvores. |
Assim como as formigas-correição, que não constroem colônias fixas e têm um modo de vida em constante movimento forrageando em grandes expedições, e que podem criar um fenômeno chamado "espiral da morte", o mesmo pode ocorrer com as processionárias devido a um efeito colateral da estrutura auto-organizada das colônias. Quando uma das líderes perde o rastro do feromônio á sua frente, ela entra em looping, formando um trenzinho atrás, que assim permanecerá até a morte por exaustão.
Para entender, basta ver este vídeo de uma longa linha de lagartas, certamente buscando o lugar ideal para formar seus casulos, cada uma obedientemente seguindo a líder pelo caminho como se fosse uma caravana.
O famoso entomologista francês Jean-Henri Fabre conduziu um popular estudo sobre a lagarta-processionária, onde um grupo delas seguiu cabeça a cauda em um círculo ao redor da borda de uma grande roda. Ele esmagou algumas lagartas e esfregou nas bordas a roda, uma brincadeira estendida entre crianças travessas do interior e que resulta em muitas queimaduras. Elas continuaram marchando no círculo por uma semana até morrerem. Sério!
Ele descreveu o experimento em seu livro de 1916, "The Life of the Caterpillar". O estudo foi citado inúmeras vezes por palestrantes inspiradores e religiosos que o veem como uma metáfora para seguir cegamente um líder ou para confundir atividade com realização.
Jean-Henri considerou suas lagartas como autômatos irracionais, presos porque foram pré-programados para seguir trilhas cegamente, neste caso, o infinito rastro de feromônio que elas haviam deixado ao redor da borda da roda.
As lagartas de Jean-Henri podem ter ficado fisicamente presas na borda porque ele provocou com as entranhas da lagarta, mas trilhas circulares estabelecidas por lagartas jovens que se podem continuam a circular por até 12 horas, mesmo quando livres em uma superfície plana.
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