Para cientistas que estudam orcas, observar diretamente o comportamento de caça do predador de ponta na natureza é uma oportunidade rara. Os animais, às vezes chamados de baleias-assassinas, percorrem milhares de quilômetros de oceano aberto em pequenos grupos em busca de comida, então os pesquisadores precisam ter sorte para ter a chance de vê-los caçando. Mas observar orcas comendo e aprender sobre sua dieta e hábitos é mais do que apenas um item na lista de desejos de um biólogo marinho, é essencial para entender seu comportamento complexo e auxiliar os esforços de conservação. |
- "É um sonho que se tornou realidade estudar esses cetáceos na natureza", disse Ana Maria García Cegarra, cientista marinha da Universidade de Antofagasta, no Chile. - "Não é comum ver orcas tão perto da costa."
Um novo estudo coautorado por Ana Maria no periódico Frontiers in Marine Science capturou imagens de drone de um grupo de orcas perto do Chile se alimentando de golfinhos-climenes (Stenella clymene).
Orcas vivem em oceanos ao redor do mundo, mas elas não são todas iguais. Grupos, chamados ecotipos, vivendo em diferentes locais podem ter dietas, estilos de comunicação e até mesmo culturas únicas.
- "Ainda estamos aprendendo o quão diversas são as populações de orcas", disse Sarah Teman, bióloga marinha da Universidade de Washington. - "Quanto mais aprendemos sobre as baleias, mais bem equipados estamos para proteger os mares em que elas vivem."
Cientistas avistaram pelo menos cinco ecotipos de orca na área da costa oeste da América do Sul, incluindo o tipo A, que tende a comer mamíferos marinhos, e o tipo B1, que gosta de se banquetear com peixes. Mas o ecotipo do grupo estudado por Ana Maria permaneceu até agora um mistério.
O grupo parece caçar na Corrente de Humboldt, onde água fria e rica em nutrientes sobe do oceano profundo. Esses nutrientes alimentam criaturas como krill e anchovas na base da cadeia alimentar, que por sua vez são comidas por focas e golfinhos.
No novo estudo, cientistas vasculharam dados de ciência cidadã de viagens de observação de baleias e barcos de pesca para rastrear o misterioso grupo. Eles também conduziram suas próprias pesquisas e capturaram imagens de drones para rastrear o grupo.
Esse esforço permitiu que eles capturassem imagens dramáticas da matriarca do grupo, um indivíduo chamado Dakota, jogando um golfinho-escuro morto no ar. Esta foi a primeira vez que cientistas documentaram uma orca caçando a espécie com sucesso.
Com base nessa preferência de presas e no tamanho pequeno do seu grupo, os pesquisadores acreditam que o grupo da Corrente de Humboldt pode ser do ecotipo tipo A. Mas seu tapa-olho branco é menor do que o típico do tipo A. O teste de DNA forneceria evidências conclusivas, mas amostras para tal análise são difíceis de recuperar.
Outra questão que permanece desconhecido para os cientistas é o quão bem-sucedido o grupo está se reproduzindo. Em dois incidentes registrados de alimentação de golfinhos-climenes, uma orca fêmea segurou a presa azarada enquanto seus filhotes e outras orcas comiam. Essa evidência de prole bem-sucedida é encorajadora, mas riscos como poluição de portos próximos podem ser prejudiciais à sobrevivência da população.
- "O fato de termos observado filhotes recém-nascidos é importante", disse Ana Maria. - "Isso indica que eles estão tendo filhotes, mas não sabemos sua taxa de sobrevivência."
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