Por que os piolhos-da-cabeça são tão difíceis de matar?

Você pode não saber disso, mas o antigo Egito era um lugar que as pessoas se coçavam muito para viver. Piolhos eram abundantes. Cleópatra, por exemplo, foi enterrada com pentes de ouro maciço para piolhos, enquanto outros egípcios raspavam o corpo inteiro para tentar se livrar dos parasitas. É um problema que temos há algum tempo e provavelmente não o resolveremos tão cedo. Humanos e piolhos vivem juntos há cerca de sete milhões de anos, quando nossos ancestrais se separaram dos chimpanzés, e estamos ansiosos para nos livrar deles desde então.

Existem 532 espécies de piolhos por aí, mas vamos dar uma olhada no tipo mais comum que assola os humanos: piolhos-da-cabeça (Pediculus humanus capitis). Para começar, eles têm seis pernas, e cada uma tem um pequeno gancho, chamada garra tarsal, e uma um pequena parte, chamada espinha. Um par em cada uma de suas seis pernas que os ajuda a subir de uma cabeça para a outra, prender-se ao seu cabelo e rastejar rapidamente até seu couro cabeludo, onde se banquetearão com seu sangue várias vezes ao dia.

E uma vez que eles se acomodam, os piolhos são difíceis de detectar. Piolhos adultos, por exemplo, são quase tão grandes quanto uma semente de gergelim. Enquanto piolhos bebês ou ninfas são uma fração desse tamanho. Os piolhos também são bem camuflados, combinando com a cor do cabelo ao redor deles. Sem mencionar que seu couro cabeludo é o ambiente perfeito para a reprodução.

Em um dia, uma piolho fêmea pode botar até oito ovos. Essas lêndeas levam apenas uma semana para eclodir. Quando eles tiverem 10 dias de idade, eles começarão a botar seus próprios ovos. Embora seja raro encontrar mais de 20 piolhos vivos em qualquer cabeça, pode haver dezenas ou até centenas de cadáveres no seu couro cabeludo.

Você já está com coceira? Talvez ainda pior seja que eles sejam uma dor de se livrar. Os piolhos podem prender a respiração por oito horas. Então eles ficarão bem quando você for tomar banho ou nadar. Eles também são famosos por desenvolver resistência a inseticidas. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, os militares pulverizaram milhões de europeus com DDT para controlar o tifo transmitido por piolhos.

E graças ao nosso uso excessivo, os piolhos desenvolveram resistência ao veneno. Mesmo hoje, ainda estamos vendo as repercussões disso. Muitos xampus e loções de venda livre usam mecanismos de morte semelhantes ao DDT, o que em alguns lugares tornou mais fácil para os piolhos se tornarem resistentes a esses tratamentos também.

Mas os cientistas estão contra-atacando. Na última década, os especialistas desenvolveram novas armas de ataque para quando os tratamentos iniciais de venda livre não funcionam, como a loção de Ivermectina, que paralisa os piolhos ao interromper seus sistemas nervosos. E, claro, raspar a cabeça como os egípcios é uma aposta barata e infalível.