As bananas são saudáveis, com vários nutrientes e energia. Elas cabem na mão e dão pequenas dicas de quando estão perfeitamente maduras, e são fáceis de descascar e comer. Uma estatística estranha, revelada pelo Walmart em 2013, é que as bananas são o item mais vendido no o maior varejista dos Estados Unidos. Não são as batatas fritas, ou a Coca-Cola, mas bananas. Embora o Walmart não tenha divulgados quantas bananas vende, o número deve ser imenso, considerando que mais de 200 milhões de pessoas compram em suas lojas no mundo todo toda semana. |
Bananas, pelo menos as que você encontra nos mercados HOJE, foram criadas por pessoas. Há bananeiras selvagens, várias, aliás, elas são nativas do Sul e Sudeste da Ásia, e há dúzias de espécies e milhares de variedades. Elas simplesmente não são as que comemos. Algumas dessas espécies têm sementes, pois é isso que frutas são: coisas carnudas contendo sementes. Então você deve se perguntar por quê nunca comeu uma semente de banana.
Bem, você já comeu, mais ou menos. Nas bananas cultivadas as sementes praticamente pararam de existir. Se você olhar com atenção você pode ver pequenos pontos pretos. Isto é tudo o que sobrou, e não são sementes férteis. Se você plantá-los, nada crescerá. As bananas de hoje são mutantes estéreis.
A menos que você estivesse vivo na década de 1960 todas as bananas que você comeu são praticamente idênticas. Está é uma banana d'água, o fruto estéril que todos comemos hoje, mas nem sempre foi nossa banana de escolha.
Até a década de 1960, todos comiam a mesma banana, uma outra banana, conhecida como Big Mike -sua designação oficial era Musa acuminata (Grupo AAA) 'Gros Michel'-, uma fruta maior e mais doce com pele mais grossa. Você deve ter reparado que coisas com gosto de banana não têm o mesmo gosto que banana. A monotonia genética na colheita da Big Mike estava em ruína.
Um patógeno resistente a fungicidas denominado mal-do-panamá começou a infectar as plantações de Big Mike. Quando os agricultores perceberam o quão vulnerável suas plantações eram a variedade estava extinta. Toda a indústria de banana teve de se readaptar para a banana d'Água. Já que elas não têm sementes a única maneira de reproduzí-las é transplantando parte de sua haste, e nos últimos 50 anos estamos indo bem com a banana d'água, pois ela é mais resistente ao mal-do-panamá.
No entanto uma cepa assustadora do mal-do-panamá que afeta a banana d'água que comemos foi identificada. Uma monocultura global de indivíduos geneticamente idênticos é uma linda atração para um agente patógeno. O fungo só precisa descobrir como infectar e destruir um único indivíduo, e de repente não há nenhuma diversidade para pará-lo, ou sequer diminuir seu ritmo.
Isso levou vários cientistas a se preocuparem ou até mesmo preverem o total desaparecimento da banana d'água. Essa maravilhosa fruta super popular pode desaparecer completamente. A boa notícia é que agora temos maior entendimento sobre genética, epidemias, fungos e patologia. Cientistas e fazendeiros já têm se precavido para proteger a banana d'água.
Alguns cultivadores estão criando bananas geneticamente diferentes que poderão substituir a produção de banana d'água caso dê algum problema, enquanto cientistas estão tentando embutir à banana d'água imunidade genética ao mal-do-panamá. Ainda mais, nós aprendemos muito com o desastre da Big Mike.
Campos infectados estão sendo rapidamente destruídos e novas plantações criadas em laboratórios livres do patógeno estão substituindo-as. Então, devemos agradecer às pessoas que trabalham incansavelmente para cultivar e colher bananas. E agradecer também aos agricultores e cientistas trabalhando incansavelmente para garantir que elas não desapareçam como as Gros Michel.
A domesticação mais antiga de bananas foi de pseudobaga partenocárpicas (sem sementes) de ocorrência natural da Musa banksii na Nova Guiné. Elas foram cultivadas por papuas antes da chegada dos falantes de austronésio. Numerosos fitólitos de bananas foram recuperados do sítio arqueológico do Pântano Kuk e datados de cerca de 10.000 a 6.500 anos a.C.. Os humanos forrageadores nesta área começaram a domesticação no final do Pleistoceno usando transplante e métodos de cultivo iniciais.
Em 2018, as bananas passaram a ser o item de exportação de maior volume e com maior valor do que qualquer outra fruta. Em 2023, a produção mundial de bananas foi de 182 milhões de toneladas, liderada pela Índia e China com um total combinado de 26% da produção global. Outros grandes produtores foram Uganda, Indonésia, Filipinas, Nigéria, Equador e Brasil.
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