A Akebia quinata, comumente conhecida como trepadeira-de-chocolate devido ao cheiro achocolatado suave desprendido por suas flores, e uma planta delicada e seus frutos roxos são bem especiais e diferenciados. A planta é uma videira semi-perene, entrelaçada, com folhas bonitas e palmadas com cinco folíolos longos, que foi descoberta crescendo selvagemente nas florestas ao longo das encostas das montanhas no norte do Japão e o cultivo comercial começou há apenas algumas décadas, especificamente no início dos anos 80, porque seus frutos não eram considerados comestíveis. |
As akebias florescem no meio da primavera e dão frutos de setembro a outubro. O amadurecimento dos frutos é tradicionalmente um sinal de que o outono chegou no norte do Japão. Os frutos roxos são cilíndricos, com média de 10-13 centímetros de comprimento e pendem delicadamente das videiras.
Existem diversas variedades de akebia variando em tamanho e aparência, geralmente a casca é grossa e roxa ou cinza-púrpura. Abaixo da casca, há um centro translúcido e gelatinoso que tem muitas sementes pequenas e comestíveis, marrom-escuras, suspensas por toda a polpa. A akebia roxa tem uma consistência macia e crocante com um sabor suave, doce e levemente amargo, dependendo da variedade.
O fruto imaturo tem uma cor verdolenga e amadurecimento é indicado por cores lilases mais intensas e vibrantes. No entanto, uma forma inequívoca de amadurecimento da akebia é a abertura natural da vagem ainda no arbusto. Nesse caso, porém, o fruto deve ser consumido em menos de 48 horas porque ele estraga rápido adquirindo um amargor característico devido ao ácido fólico.
A akebia é adequada tanto para aplicações culinárias tanto cruas como cozidas. A casca, com um leve gosto amargo, depois de bem cozida, é frequentemente usada como vegetal, em cozidos com carne moída ou frita. A polpa pode ser sorvida diretamente da vagem roxa, e, quando consumida, derrete em um líquido semidoce, enquanto as sementes adicionam um sabor levemente amargo.
Diferente do maracujá, não dá para mastigar as sementes devido a seu amargor. Elas ão descartadas cuspindo-as ou simplesmente engolindo-as inteiras. A polpa também pode ser usada para "batizar" bebidas alcoólicas, como o baijiu, o destilado mais consumido no mundo, saquê e, supostamente, a cachaça também. A fruta, depois de devidamente coada, pode ser usada para fazer sucos. Se cozida o caldo se torna um tipo de geléia que é consumida naturalmente ou adicionada a smoothies ou sorvetes.
A fruta é rica em vitamina C, ácido fólico e potássio. Na medicina tradicional do norte do Japão, as sementes eram frequentemente prensadas para criar óleos e medicamentos fitoterápicos que continham propriedades antissépticas e preventivas de resfriados.
Um estudo de 2015, concluiu que o consumo de akebia demonstrou in vitro reduzir os níveis de colesterol presentes no sangue de roedores. A akebia também tem a capacidade de regular substâncias químicas nos rins, fígado e sistema cardiovascular, tornando-se um alimento saudável se consumida regularmente.
Além de consumir a fruta, as folhas de akebia também são transformadas em uma infusão de chá. Além do consumo alimentar, as videiras de akebia são usadas para artesanato tradicional de cestaria. Embora a akebia cultivada esteja se tornando cada vez mais popular, ela ainda é uma especialidade raramente encontrada fora do norte do Japão.
O principal motivo pelo qual a Akebia quinata é pouco conhecida fora do Japão talvez seja pelo fato dela ser altamente invasiva, que se reproduz de forma rápida e autônoma, se afastando do local de origem e causando impactos negativos no ambiente. Ela se espalha sobre qualquer coisa em seu caminho e deve ser constantemente podada.
A Akebia quinata foi introduzida na Costa Leste dos Estados Unidos como planta ornamental pelo caçador de plantas Robert Fortune, em 1845, e se tornou uma verdadeira praga. A planta não tinha predadores naturais ou doenças que a afetassem na América do Norte e crescia como quisesse. Sua tolerância à sombra e capacidade de suportar sol pleno permitem que ela se adapte a quase todas as condições em que é cultivada. O cultivo da planta passou a ser regulado nos anos 50 e hoje restam poucos espécimes.
Curiosamente o fruto não era consumido por receio de ser tóxico. Ainda que a sinalização aposemática, a coloração brilhante e contrastante que indica que um animal pode ser venenoso, seja própria da fauna, ela também pode ser aplicada na flora, mas é mais enganosa, como podemos atestar comparando uma deliciosa maçã com as coloridas cerejas-de-Jerusalém, agridoces e bagas de teixo, trepadeira-virgínia e azevinho. A mação é inócua, todos os outros podem ser letais.
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Não entendi o dinossauro cagando na foto de chamada do artigo...https://i.imgur.com/9n9Fc4o...