O parente mais próximo do Cagu, o “fantasma da floresta” pode ser uma ave brasileira

Em 2023, o MDig apresentou uma ave esquisita, chamada cagu (Rhynochetos jubatus) que se tornou um dos artigos mais populares do ano. Plumagem cinza-azulada, pernas vermelhas brilhantes e uma crista distinta de penas que se abre durante o namoro e disputas, a espécie só pode ser encontrada nas densas florestas montanhosas e matagais de Grande Terre, a principal ilha da Nova Caledônia. Outrora um pequeno pedaço da Austrália, esta ilha remota no Pacífico Sul se afastou do continente há mais de 60 milhões de anos, evoluindo para um santuário para uma vida selvagem única.

Recentemente, a série "" da BBC Earth visitou a ilha para apresentar a cientificamente desconcertante ave, cuja linhagem é um mistério para os cientistas. Alguns cientistas suspeitam que o parente mais próximo do cagou seja o cagou-das-terras-baixas (Rhynochetos orarius), extinto há muito tempo.

- "É difícil saber com o que o cagu está relacionado. Uma garça, uma saracura ou talvez um pombo?", diz o narrador Benedict Cumberbatch no vídeo. - "Seu parente vivo mais próximo pode ser, na verdade, o brasileiro pavãozinho-do-pará (Eurypyga helias), 11.000 km a leste."

Seus gritos altos, que ecoam por grandes distâncias nas primeiras horas da manhã, inspiraram a população indígena da Nova Caledônia, os kanaks, a se referir a essa ave misteriosa como o "fantasma da floresta".

E embora ele tenha asas, o cagu não voa. Em vez disso, ele usa suas asas para se equilibrar em voos curtos, ou para agitá-las em exibições de cortejo ou para impressionar possíveis predadores. Durante rituais de acasalamento e disputas territoriais, os cagus levantam suas cristas, empinam o peito, ficam eretos e altos, abrem suas asas e 'dançam' em volta uns dos outros.

Infelizmente, os cagus estão em uma posição muito preocupante. Estima-se que existam menos de 2.000 indivíduos na natureza, devido a ameaças como cães e gatos assilvestrados. Abundante no passado e quase extinta no século XIX, por causa de suas penas de crista, que eram enviadas para a Inglaterra onde eram usadas em chapéus de madames britânicas dos anos 1900, além de ter seu habitat ameaçado por espécies invasoras, a espécie está agora classificada como ameaçada de extinção.