"♪♫ Foi uma linda história de amor, que até hoje eu já ouvi contar. Do amor do príncipe Shah Jahan pela princesa Ilyiu-Mahal. ♫♪", canta a música de Jorge Ben Jor. Para entender esta história de amor precisamos voltar ao ano de 1631 em Burhanpur, quando Mumtaz Mahal, a amada esposa do sexto imperador mogol Shahabuddin Mohammed Shah Jahan, deu à luz seu 14º filho. Nasceu uma menina saudável, mas não sem dificuldade. Shah Jahan pegou a filha no colo e colocou-se rapidamente ao lado de Mumtaz, mas não conseguiu salvá-la. |
Soluçando incontrolavelmente, o imperador decidiu construir uma tumba digna de sua rainha: uma réplica terrestre do Paraíso para representar o perfeito amor deles e projetar o poder do Império Mogol para sempre.
A construção do Taj Mahal começou aproximadamente sete meses depois. Arquitetos reais trabalharam para dar vida à visão de Shah Jahan em um lugar escolhido pelo imperador na movimentada cidade imperial de Agra. A margem do rio Jamuna já era pontilhada por extraordinárias residências, jardins e mausoléus.
Mas, quando completo, o Taj Mahal se tornaria a mais majestosa de todas. Além de ser o local do mausoléu de Mumtaz, os planos incluíam um jardim, mesquita, bazar e vários caravançarais para hospedar comerciantes e diplomatas visitantes. Juntos, esse complexo perfeitamente mesclaria os estilos persa, islâmico, indiano e europeu, estabelecendo o Taj Mahal como a culminação do sucesso arquitetônico mogol.
O complexo inteiro foi desenhado em uma malha geométrica, incorporando meticulosamente simetria bilateral planejada. Para melhor estabelecer uma atmosfera de equilíbrio e harmonia, os arquitetos dividiram o complexo em duas esferas, representando os campos espiritual e terrestre. A maioria das estruturas foram feitas de tijolo e arenito vermelho, realçado com mármore branco.
Esse era um padrão comum na arquitetura mogol, inspirado por antigas tradições indianas, associando o branco à pureza espiritual e o vermelho aos guerreiros e à realeza. Mas o mausoléu central tomou maior inspiração da tradição islâmica. Emoldurado por quatro minaretes, a estrutura foi inteiramente coberta com mármore branco de pedreiras há mais de 400 km de distância.
O principal domo está localizado abaixo da linha do horizonte e aquelas pessoas dentro da imensa câmara experienciavam um eco sobrenatural que durava quase 30 segundos. Aperfeiçoando a técnica italiana de trabalho em pedra, "pietra dura”, que foi incorporada a cultura indiana como parchinkari, artesãos usaram todos os tipos de pedras semipreciosas para criar complexos desenhos florais, que representam os jardins eternos do Paraíso.
Calígrafos cobriram as portas com inscrições do Alcorão. E pelo fato da representação islâmica do Paraíso conter oito portões, os espaços do mausoléu foram desenhados para serem octogonais. O jardim na frente do mausoléu foi dividido em quatro partes, no estilo persa, mas a flora refletia o legado dos mongóis nômades da Ásia Central.
Flores e árvores foram cautelosamente selecionadas para adicionar cor, fragrância doce e frutas frescas para serem vendidas no bazar. Pedreiros construíram passarelas cruzadas, piscinas e canais de água para correrem pelo verde exuberante. Mesmo antes de estar completo, Shah Jahan usou o Taj para realizar a comemoração anual da morte de Mumtaz, celebrando a reunificação dela com o Divino.
Logo ao lado do rio, Shah Jahan construiu outro jardim com uma piscina central que refletia perfeitamente o mausoléu. Para construir esse detalhado complexo foram necessários 12 anos e empregou milhares de operários e artesãos talentosos, de pedreiros e assentadores a mestres em pietra dura e caligrafia.
Quando o Taj ficou pronto, em 1643, cerca de 20.000 construtores e artesãos de todo o mundo foram levados para Agra. Shah Jahan manteve alguns desses artesãos para reparos de rotina, e contratou recitadores do Alcorão, zeladores e outros funcionários para manterem o complexo. Ele pagou esses funcionários por estabelecer uma enorme doação ao Taj, um sistema que permaneceu até o início do século 19.
Desde a finalização da construção, o grande memorial de Shah Jahan atraiu viajantes de todo o mundo. E toda vez que um visitante fica impressionado com o mausoléu, o objetivo do imperador é alcançado novamente. Infelizmente, após 15 anos presidindo o memorial de Mumtaz, Shah Jahan ficou doente e uma guerra de sucessão se iniciou entre seus filhos.
Enquanto Shah Jahan se recuperava, seu filho, Aurangzeb, já havia emergido como novo imperador. Pelo resto de seus oito anos de vida, Shah Jahan passou a viver sob prisão domiciliar no Forte de Agra, de onde ele conseguia ver o Taj brilhar, à distância. Quando ele morreu em 1666, ele foi enterrado próximo a Mumtaz, tendo sua sepultura quebrado a simetria do complexo, para que sua esposa pudesse permanecer no centro do Taj por toda a eternidade.
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