Como a Qatar Airways prepara 200.000 refeições do zero todos os dias?

A Qatar Airways, a empresa aérea nacional está comemorando mais de 22 anos com viajantes em seus mais de 160 destinos de negócios e lazer a bordo de uma frota moderna de mais de 250 aeronaves. A companhia aérea de crescimento mais rápido do mundo adicionou uma série de novos destinos interessantes à sua crescente rede este ano, e foi mais uma vez agraciada como "Melhor Companhia Aérea do Mundo" pelos prêmios World Airline em 2024, administrado pela organização internacional de classificação de transporte aéreo Skytrax.

A Qatar é uma das poucas empresas -senão a única- que prepara as refeições para a horda de passageiros que ela transporta todos os dias na sua cozinha em Doha. Ela produz mais de 200.000 refeições frescas por dia, mesmo para voos regionais de curta distância. Tudo precisa ser preparado cerca de 48 horas antes da decolagem.

Para tanto ela fundou o Centro de Alimentação da Qatar Airways (QACC, por suas siglas em inglês) em 2002. Esse tipo de culinária costumava ser o padrão na maioria das companhias aéreas, não importando em qual classe o passageiro voasse. Mas hoje, a maioria das companhias não administra mais suas próprias cozinhas, optando por comprar refeições ridículas de serviços de buffet.

Os chefs da empresa acreditam que esse é parte do motivo pelo qual a companhia aérea foi nomeada a número 1 do mundo pela oitava vez desde 2011. Quatro mil pessoas de 38 países trabalham na QACC. A equipe desenvolve novos menus a cada três meses. Todos os produtos são frescos, mesmo que eles operem em um deserto alimentar.

A equipe lida com 30 toneladas métricas de frutas e vegetais diariamente e usam máquinas personalizadas para ajudar a prepará-los para as refeições de várias cozinhas diferentes, da indiana à árabe e asiática. As refeições são baseadas geralmente na demografia específica do voo.

O canal do Youtube Business Insider visitou o enorme centro de alimentação da Qatar para ver como os chefs usam ingredientes frescos para preparar refeições complicadas do zero e mostrar com um batalhão de cozinheiros lida com montanhas de alimentos.

Nos EUA, a United Airlines abriu a primeira cozinha de companhia aérea do mundo em 1936 fazendo cerca de 60 refeições por dia. Naquela época, a indústria aérea dos EUA era regulamentada pelo governo federal. Então, as companhias aéreas eram legalmente obrigadas a servir a cada passageiro um prato principal, dois vegetais, uma salada, sobremesa e uma bebida como parte do preço da passagem. Mas os anos de glória das viagens aéreas e da comida foram os anos 50 e 60.

Cartazes antigos mostravam aeromoças servindo rosbife e champanhe direto no carrinho. E refeições quentes eram servidas até mesmo na classe econômica doméstica. Mas em 1978, o presidente Carter assinou a lei que permitia que as companhias aéreas definissem suas próprias tarifas, rotas e serviços. A competição imediatamente se acirrou. As companhias aéreas rapidamente cortaram os preços dos voos para atrair clientes, mas buscaram outras maneiras de compensar a perda de receita, como cortar opções de comida.

De fato, na década de 1980, o CEO da American Airlines, Robert Crandall, teve a famosa ideia de remover apenas uma azeitona de cada salada, e isso supostamente economizou R$ 227.000 por ano. Em 2010, a Continental, que agora é United Airlines, se tornou a última grande companhia aérea dos EUA a acabar com as refeições domésticas gratuitas na classe econômica.

Hoje em dia, o termo "comida de avião" virou piada e muitos voos domésticos na classe econômica oferecem, na melhor das hipóteses, salgadinhos e nozes. E companhias aéreas de baixo custo não servem nada a menos que você esteja disposto a pagar.