Tosquias de Chartres, um dos capítulos mais vergonhosos da história mundial

Ao contrário dos Julgamentos de Nuremberg, a "Épuration Légale" foi conduzida como um assunto interno francês. Aproximadamente 300.000 casos foram investigados, alcançando os mais altos níveis do governo colaboracionista de Vichy. Mais da metade foram encerrados sem acusação. De 1944 a 1951, os tribunais oficiais na França condenaram 6.763 pessoas à morte por traição e outros crimes. 791 execuções foram efetivamente realizadas. No entanto, 49.723 pessoas foram condenadas a "degradação nacional" e outros milhares foram expatriados.

A campanha para identificar e massacrar os colaboracionistas do regime alemão puniu cerca de 30.000 mulheres com humilhação pública, por suspeita de que tiveram ligações ou porque eram prostitutas e se relacionaram com os alemães.

O caso é que muitas coitadas que tiveram algum tipo de relacionamento com os soldados e oficiais alemães não tinham culpa, o que elas iriam fazer? Elas eram reféns de um estado vagabundo ocupado. Mas a ira e a necessidade de encontrar bruxas para caçar não permitia o razoamento. Se houvesse um indício qualquer, a coitada tinha sua cabeça raspada e era exposta em público como desgraça da nação. Muitas vezes só raspar a cabeça não bastava, eram despidas, abusadas, desenhavam a suástica nos seus rostos, ou queimavam a marca com ferro em brasa na testa.

Estas mulheres foram reconhecidas como "nacionalmente indignas" e sofreram, além da degradante humilhação em público, penas de seis meses a um ano de prisão, seguida da perda total de direitos civis por mais de um ano, quando ainda eram violentadas e insultadas nas ruas. Muitas não suportaram a vergonha daquela situação e sucumbiram cometendo suicídio.

Eu cheguei a colorizar este vídeo, mas o resultado me pareceu mais comemorativo do que lamentável, por isso só aprimorei as imagens para 1k, interpolei a 60 fps com inteligência artificial.