
E parece que, desde que tivemos piolhos, lutamos muito para nos livrar deles. Pentes de lêndeas, as escovas finas usadas para remover piolhos e seus ovos pegajosos foram encontrados entre os restos antigos de culturas em todo o mundo. Essa batalha continua hoje, pois estima-se que gastamos bilhões de reais a cada ano tratando infestações.
Então, por que é tão difícil se livrar dos piolhos? Existem pelo menos vários milhares de espécies de piolhos, já que quase todos os mamíferos lidam com esses parasitas. Os humanos são incomodados por três tipos diferentes, cada um especializado em vagar por seu próprio terreno corporal único.
O Pediculus humanus capitis vive exclusivamente nas cabeças e é equipado com garras em forma de gancho que se encaixam perfeitamente no cabelo do couro cabeludo humano.
O Pediculus humanus humanus, ou piolhos do corpo, passa a maior parte de sua vida incrustado em roupas e roupas de cama, e rastejando em qualquer parte do corpo próxima para se alimentar. Para prosperar nesses ambientes em mudança, os piolhos do corpo são mais resistentes a flutuações de temperatura e umidade. Enquanto isso, os piolhos púbicos, também conhecidos como chatos, são uma espécie totalmente diferente.
Embora também vivam no cabelo, suas garras são maiores do que as dos piolhos, pois são adaptadas para agarrar as cutículas mais grossas encontradas nas áreas púbicas. Essas três variedades são os mais comuns.
Milhões de crianças brasileiras em idade escolar lidam com infestações a cada ano. Ao contrário dos medos populares sobre pegar piolhos de chapéus ou escovas de cabelo, a maioria dos casos se espalha pelo contato direto cabeça com cabeça.
Os piolhos só conseguem sobreviver cerca de 24 horas sem um hospedeiro para se alimentar. Eles não têm asas e não conseguem pular, então a única maneira de infestar uma nova cabeça é rastejando. Eles podem detectar um novo hospedeiro usando sua antena para se localizar no calor do corpo e outros compostos químicos que emanam naturalmente do couro cabeludo.
Uma vez que eles chegam em uma nova cabeça, eles estão prontos para comer. Um piolho perfura o couro cabeludo com uma boca retrátil em forma de tubo e libera uma saliva especial que contém fatores que abrem os vasos sanguíneos e ajudam a prevenir a coagulação. Este coquetel químico também é o que faz o couro cabeludo sentir coceira.
Bactérias simbióticas que vivem no intestino do piolho complementam esta refeição de sangue, fornecendo as vitaminas e minerais adicionais que o piolho precisa para sobreviver.
O couro cabeludo também é onde os piolhos se acasalam. Uma vez acasalados, as fêmeas podem depositar até 8 ovos, chamados lêndeas, por dia. Ela deposita cada ovo no cabelo, apenas alguns milímetros acima do couro cabeludo, e o reveste com uma bainha pegajosa de lêndeas, que fornece hidratação e outros fatores que o ovo precisa para sobreviver. Essa bainha endurece, cimentando firmemente a lêndea ao cabelo até que ela ecloda 8 a 9 dias depois.
Você não pode se livrar de uma infestação de piolhos sem cuidar desse problema de ovos pegajosos. Enquanto xampus inseticidas matam piolhos chocados, eles são ineficazes contra ovos. E as bainhas de lêndeas são fortes, à prova d'água e resistentes à decomposição química. Os cientistas esperam trazer algumas novas ferramentas para essa velha batalha, identificando tratamentos que podem desmantelar componentes individuais na bainha de lêndeas, como aqueles que hidratam o ovo e o mantêm vivo.
Mas até lá, há apenas uma ferramenta que demonstrou remover ovos de forma eficaz, e é a mesma que era usada por culturas antigas: um pente fino para piolhos. Os piolhos são certamente sobreviventes teimosos, mas talvez um dia, com a ajuda da ciência, esses parasitas antigos não assombrarão mais nossos pesadelos e couro cabeludo.
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