![]() | Antes de tudo precisamos falar sobre a "inteligência" das preguiças.A busca para entender a inteligência animal fascina os cientistas há muito tempo. É crucial abordar o assunto com sensibilidade e consideração pela ampla gama de adaptações em todo o reino animal. Os animais desenvolvem características cognitivas e comportamentais que melhor se adaptam ao seu ambiente. Portanto, o que pode parecer "idiota" em um contexto pode, na verdade, ser bastante inteligente em outro. |

As espécies são perfeitamente adaptadas aos seus nichos ecológicos. Suas capacidades cerebrais são exatamente o que precisam para sobreviver e prosperar. Portanto, rotular um animal como "burro" é um julgamento centrado no ser humano. Não reflete com precisão a adaptabilidade e as estratégias de sobrevivência de um animal.
No entanto, o animal que não consegue prosperar fora de seu nicho pode sim ser chamado de "burrinho". Tomemos como exemplo o coala, com uma das menores proporções cérebro-corpo entre os mamíferos, o estilo de vida e a dieta à base de folhas de eucalipto dos coalas refletem um conjunto muito básico de necessidades e comportamentos.
Seu cérebro pequeno se alinha a uma abordagem minimalista de sobrevivência que não requer processos cognitivos avançados. Na temporada de incêndios na Austrália de 2019–2020, os coalas deviam ser salvos deles mesmos, pois tinham o costume de "fugir" em direção ao fogo.
O ritmo de vida notavelmente lento e o baixo Quociente de Encefalização (QE) da preguiça são indicativos de um estilo de vida básico, fortemente dependente de uma dieta simples de folhas.
Isso sugere uma necessidade mínima de funções cognitivas complexas, já que sua estratégia de sobrevivência depende fortemente da conservação de energia e menos da interação dinâmica com o ambiente. O problema é que estes animais uma vez e outra abandonam os galhos da árvores e se dependuram e fios de alimentação elétrica.
Tamara Ávila Atagua, da Fundação Conservação de Preguiças na Costa Rica, trabalha com uma pequena equipe para construir pontes de corda que salvam vidas entre as árvores, ajudando a população local de preguiças a permanecer na floresta e evitar se perder nas estradas locais e redes elétricas.
Uma cientista especialista em preguiças, sua melhor amiga que sobe em árvores e seu cachorro trabalham para salvar as populações de preguiças da Costa Rica de maneiras inovadoras, ao mesmo tempo em que capturam comportamentos raramente vistos de preguiças selvagens e reinventam o que significa ser uma mulher na conservação.
Tamara é destaque na série "In Her Nature" da PBS Nature, que foca em seu trabalho de salvar preguiças e no trabalho que outras mulheres fazem para salvar espécies ameaçadas de extinção ao redor do mundo.
Ainda que o trabalho de Tamara seja louvável é preciso dizer também que é um paliativo. A perda de habitat e o avanço de atividades como o desmatamento, a urbanização e a exploração de recursos naturais têm um impacto significativo na biodiversidade e nos ecossistemas.
Esses processos podem levar à fragmentação, degradação e destruição de habitats, comprometendo a sobrevivência de diversas espécies como a preguiça. Elas vão continuar sendo atropeladas cruzando rodovias e sendo eletrocutadas em fios elétricos porque elas simplesmente não "pensam".
Quando um macaco é eletrocutado, toda a sua tropa deixa de usar aquela área ou aquele fio como aprendizado. Eles, de fato, vão mais longe: em fevereiro deste ano, um macaco-de-toque (Macaca sinica opisthomelas), supostamente em represália, jogou uma barra de metal entre os polos de um transformador, causando um apagão em todo o Sri Lanka.
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