Esqueça o Viagra! Ultrassom pode ser o novo tratamento para a disfunção erétil

Bombardear o corpo com ondas de choque poderia ser uma forma radicalmente nova para impulsionar a vida amorosa dos homens com problemas de ereção. A terapia -livre de dor- aumenta o rendimento, estimulando o crescimento de novos vasos sanguíneos na área genital. Uma pequena pesquisa envolvendo 20 homens que tomavam Viagra ou fármacos similares para os problemas de impotência foi tão bem-sucedida que, ao final do experimento, 15 deles jogaram os remédios no lixo.

Nenhum dos voluntários informou ter alguma dor ou efeitos colaterais do tratamento. A nova terapia radical, que está sendo provada em Israel, utiliza uma forma muito suave da litotrícia, uma técnica desenvolvida há mais de 20 anos para o tratamento de cálculos renais. As ondas de som são emitidas através da pele, e ainda que passam inofensivamente através dos tecidos do corpo, têm a pressão justa para acabar com os cálculos renais, convertendo-os em uma partículas diminutas que depois são expulsas para fora do corpo na urina.

Mas nos últimos anos, vários estudos têm demonstrado também que este tipo de terapia de ondas de choque (Terapia por Ultrassom) parece ter um efeito saudável nos vasos sanguíneos. Desencadeia a liberação de uma substância denominada fator de crescimento endotelial vascular, ou VEGF, que envia um sinal para que novos vasos sanguíneos comecem a crescer. Como resultado, a terapia de ondas de choque também criou um crescente interesse por parte dos cardiologistas em busca de novas formas de tratar doenças do coração. Pesquisadores americanos e japoneses estão pesquisando se a aplicação das ondas de choque no coração ajudaria a criar novos vasos sanguíneos saudáveis. Se assim for, este tipo de terapia poderia oferecer uma opção "salva-vidas" àqueles pacientes que estão muito doentes para serem submetidos a uma cirurgia de bypass coronária.

Segundo a pesquisa israelense, os mesmos benefícios poderiam ajudar os homens que sofrem problemas de ereção persistente ou disfunção erétil. Alguns experientes em saúde estão convencidos de que existe uma relação estreita entre a impotência e a doença do coração, e que os problemas na cama com freqüência podem indicar bloqueios ocultos nos vasos sanguíneos próximos do coração, que reduzem o fluxo de sangue ao redor do corpo.

Os médicos do Centro Médico Rambam em Haifa, Israel, recrutaram 20 homens com uma idade média de 56 anos, que participaram no estudo. Todos estavam tomando medicamentos pois tiveram problemas de ereção de leve a moderada durante uma média de três anos. Durante o curso de três semanas de tratamento, ondas de choque de baixa intensidade foram disparadas em repetidas ocasiões em cinco pontos específicos na área genital. Logo os médicos avaliaram a gravidade das doenças dos homens em uma escala de 30 pontos chamada Índice Internacional de Disfunção Erétil, amplamente utilizado para medir os problemas de impotência.

Quanto mais baixa seja a pontuação, maior o problema. Antes do teste, os homens obtiveram uma média de qualificações dentre 12 e 20 pontos, o que significava que tinham disfunção sexual de leve a moderada. Mas após os tratamentos, suas pontuações aumentaram entre cinco e dez pontos. Os experientes dizem que qualquer coisa em excesso de cinco pontos é uma melhora significativa. O Viagra e medicamentos similares, como Cialis e Levitra, transformaram o tratamento da impotência nos últimos dez anos, no entanto, ao redor de 30% dos homens que os tomam não conseguem nenhuma melhora.

Para estes homens, as únicas outras opções são injetar drogas diretamente no pênis ou utilizar uma bomba manual que aumenta a irrigação sanguínea no órgão. O Dr. Yoram Vardi, que dirigiu o estudo, diz:

- "As drogas não são uma cura. Quando os pacientes deixam de tomar seus medicamentos, então deixam de funcionar. Com terapia de ultrassom, podemos fazer algo biológico para tratar o problema. Estes pacientes podem voltar a ter ereções sem a necessidade de medicação".

O Dr. John Dean, presidente da Sociedade Internacional de Medicina Sexual, disse que as novas descobertas são "intrigantes" e valeria a pena realizar estudos mais amplos. No entanto, advertiu que as tentativas anteriores utilizando a terapia de ondas de choque para tratar outra doença chamada doença de Peyronie -quando o pênis se dobra e dói quando está ereto- fracassaram.

- "Estes resultados são interessantes e definitivamente precisam de estudos mais aprofundados," disse o Dr. Dean. "Mas estamos ainda bem longe de dizer que os homens podem procurar seus médicos para pedir este tratamento."

Fonte: Daily Mail.