Escreveram tantas coisas que qualquer introdução resulta redundante: que se os pés descalços de Paul McCartney simbolizavam sua morte; que o terno branco de John Lennon servia como cabeceira de um sucinto ritual funerário; que aquele disco simbolizou o último exercício pleno dos Beatles como grupo, e não como a soma de quatro radicais livres; que sim é a capa mais icônica de todos os tempos. Abbey Road é um disco consagrado à memória popular; um ícone que transcende seu conteúdo musical.

Por mais que saibamos sempre haverá algo mais a saber. Mas interessante mesmo é nos depararmos com curiosidades que as vezes nos parecem tão óbvias, só que nunca ocorreu de antes repararmos sobre aquilo. Por exemplo: o Everest é o ponto mais alto da terra, mas não é nem de longe a montanha mais alta. Confuso?

A Disneylândia reabrirá ao público em geral este fim de semana, apesar do fato de que a Flórida atualmente tenha ao redor de 10.000 novos casos de coronavírus por dia. Mas se isso não for o suficientemente surrealista, observe o último vídeo da Disney que dá as boas-vindas ao público de regresso aos parques. Parece uma imitação ruim de Jurassic Park, exceto que o parque temático não está cheio de dinossauros famintos, está cheio de um vírus mortal.

A montanha K2, parte do sistema do Himalaia, é a segunda montanha mais alta do mundo, só superada pelo Everest. Ademais, é uma das montanhas mais perigosas que existem, e muitos dos que tentam chegar em seu cume morrem tragicamente. Mas agora alguém conseguiu descer o monte esquiando. O polonês Andrzej Bargiel se converteu, assim, no primeiro homem em descer o K2 sobre esquis.

Neste mundo perfeito das redes sociais, onde ninguém tem problemas pessoais, as fotografias meticulosamente cortadas e editadas são primordiais para vivermos neste e vivemos em um paraíso terrenal. Se recorrermos ao Instagram e aos seus filtros irreais a coisa fica pior ainda porque viajar pode se transformar em algo decepcionante: onde estão aquelas praias idílicas de areia branquinha que você viu na internet? Era melhor quando íamos (ou víamos fotos não trucadas) desses lugares exóticos e imaginávamos como podiam ser.

Se chama Yuja Wang e com 30 anos tem que começar a inventar desafios por superar. Esta pianista chinesa conseguiu fazer da música clássica um espetáculo capaz de chegar às massas, e fez graças a seu talento e sua forte personalidade. Quando a gente vê Yuja tocando logo entendemos que nasceu para isso. Resulta natural, quase poderia dizer que fácil, mas a complexidade das peças que toca, a introspecção que requerem e, por suposto, a técnica, deixam claro que estamos ante um talento portentoso, uma virtuose única.

Não, não se trata da Ilha de Páscoa, nem do monte Everest, tampouco de algum canto antártico. É um lugar onde o homem só foi uma vez na história. No dia 23 de janeiro de 1960 Jacques Piccard e Dom Walsh, a bordo do batiscafo Trieste, de 51 t, começaram a descida às 8 da manhã e demoraram quatro horas e 48 minutos para chegar ao fundo.

Se assim o desejasse, um chinês poderia percorrer os quase 2.000 quilômetros que separam o Monte Everest do Lago Ayding sem cruzar qualquer fronteira. Se fizer isso, ele caminhará de um dos pontos mais baixos da Terra (154 metros abaixo do nível do mar) até o topo do planeta (8.840 metros). Ao longo do caminho, superaria cerca de 9 mil metros de desnível, a maior diferença entre o ponto mais alto e o mais baixo que qualquer país tem no seu interior. Estes dados ilustram a natureza extrema da geografia chinesa, cuja história é claramente determinada pelas condições físicas do seu terreno.

Os aldeões nepaleses de Nagarko no Himalaia vivem literalmente sobre as nuvens. Quando abrem as portas de suas casas, a 2.195 metros acima do nível do mar, olham o vazio mergulhado em uma nuvem de algodão doce, enquanto são vigiados pelos vizinhos gigantes mais próximos no Everest. Com uma população de 3.500 pessoas, sobrevivem cultivando há séculos as ladeiras das escarpadas montanhas. De modo que quando saem a trabalhar podem observar as belas paisagens, as nuvens sob seus pés, algo que só vivenciamos em sonhos.

O designer de informações Philipp Dettmer, do grupo Kurzgesagt, criou este passeio de sete minutos pelo sistema solar, apresentado como um infográfico animado. É bastante simples para crianças em idade escolar, mas se você assistir por tempo suficiente, encontrará coisas que ainda não conhece. A animação é uma maneira simples de entender nossa vizinhança no espaço e inclui comparações de tamanho interessantes, por exemplo, uma sobreposição visual de Olympus Mons em Marte elevando-se acima do Monte Everest na Terra.