Já se passou mais de uma década desde que o termo mukbang se tornou moda. Em essência, estamos falando da prática em que o streamer de plantão come enquanto transmite o banquete. A atividade se popularizou em pouco tempo e os influenciadores aumentaram o volume de comida para farras muito perigosas. Além disso, misturou-se mal com algumas culturas. A China, por exemplo, proibiu-a e estabeleceu pesada multas para quem se atrevesse, mas a morte de uma jovem há poucos dias trouxe a atividade de volta ao debate.

A sul-coreana Ssoyoung é uma youtuber popular, cujo conteúdo pode ser descrito como uma mistura de ASMR ("Resposta Sensorial Autônoma do Meridiano" - sensação prazerosa obtida através de vídeos que associam barulhos, sons da boca e vozes baixas e calmas.) e "mukbang" (vídeos nos quais uma pessoa consome grandes quantidades de comida enquanto interage com o público).

Nós já havíamos falado sobre o assunto, mas, ao que parece, os mukbangers chineses não seguiram as medidas propostas pelo regime chinês. Assim as autoridades estão considerando uma nova legislação que imporia multas a qualquer um que crie vídeos em que as pessoas comam grandes quantidades de comida ou fiquem bêbadas ao vivo, segundo um novo relatório do meio de comunicação estatal China News. A regra proposta, que é parte de uma legislação mais ampla para desalentar o desperdício de alimentos, também permitiria aos restaurantes cobrar mais dos clientes que não terminem seus pratos.

Recentemente falamos da proibição do regime chinês de vídeos de mukbangers, aqueles comilões que se banqueteiam com pratos ultracalóricos e comem, em muitos casos, até vomitar... ao vivo... e ganham muita grana com isso. Pois o segmento continua a fazer sucesso nos países asiáticos, como a Coréia do Sul, por exemplo. Vejam o caso Zach Choi, que conquistou um grande número de seguidores para seus vídeos de culinária e mukbang ASMR. Os fãs parecem adorar a produção de alta qualidade de seus vídeos.

A Internet nos deu algumas novas maneiras de apreciar e assistir as coisas, mas muito mais coisas novas para assistir e apreciar. Não é apenas que agora sintonizamos nossos programas favoritos on-line, em vez da televisão, mas é que nossos "programas favoritos" assumiram formas que não poderíamos ter imaginado antes. Trinta anos atrás, se você fosse a uma rede de TV e propusesse um programa que consistisse em nada além do processo de restauração de antiguidades teria ouvido que ninguém queria ver isso.