Cholula, a maior pirâmide do mundo foi confundida com um morro

Graças aos arbustos e grama que cobriam suas paredes, a maior pirâmide feita pelo homem do mundo foi confundida com uma colina. Ainda hoje, é compreensível como isso aconteceu, graças à antiga capela espanhola empoleirada em seu cume. Originalmente construída há mais de 2000 anos, a Grande Pirâmide de Tepanapa, muitas vezes referida como a Grande Pirâmide de Cholula, devido a sua localização em San Andrés Cholula, México, possui um volume maior do que qualquer outra estrutura antiga feita pelo homem, incluindo as pirâmides egípcias.

Estilisticamente, a pirâmide é toda uma estranheza, intrigando arqueólogos até hoje, incorporando elementos arquitetônicos das civilizações de Teotihuacan e El Tajin.

A Grande Pirâmide foi um importante centro religioso e mítico nos tempos pré-hispânicos. Durante um período de mil anos antes da conquista espanhola, fases consecutivas de construção gradualmente construíram a maior parte da pirâmide até se tornar a maior do mundo.

A pirâmide consiste em seis estruturas sobrepostas, uma para cada grupo étnico que a dominou. No entanto, apenas três foram estudados em profundidade até agora. A pirâmide em si é apenas uma pequena parte da maior zona arqueológica de Cholula, que é estimada em 154 hectares.

A construção da pirâmide começou no Período pré-clássico e ao longo do tempo foi construída mais de seis vezes até suas dimensões finais de 300 por 315 metros de cada lado na base e 25 metros de altura.

A base cobre uma área total de 94.500 metros quadrados, quase o dobro do tamanho da base de 53.108 metros quadrados da Grande Pirâmide de Gizé do Faraó Khufu. A primeira fase de construção apresenta a arquitetura talude-tablero, característica da região, e que se tornou fortemente associada à grande metrópole de Teotihuacan.

Algumas das construções das pirâmides tiveram sepulturas, com esqueletos encontrados em várias posições, com muitas oferendas, especialmente cerâmicas. O último estado de construção tem escadas no lado oeste que levam a um templo no topo, voltado para Iztaccíhuatl.

Durante o período colonial, a pirâmide foi severamente danificada pelos espanhois em seu lado norte para construir o Caminho Real a Puebla. O oeste foi danificado posteriormente com a instalação de uma linha férrea.

Durante as muitas mudanças de poder pré-colombianas no México, a própria pirâmide caiu em desuso em favor de outras estruturas, como um dos muitos altares de sacrifício no local de dez acres.

Não está claro se foi por desuso que a pirâmide ficou coberta de arbustos, ou se, quando os astecas souberam da iminente chegada espanhola, os cholulanos literalmente enterraram a pirâmide em um último esforço comunitário para preservar o enorme templo, uma parte importante de sua cultura.

De qualquer forma, quando os espanhóis chegaram a Cholula em 1519, Hernan Cortês e seus homens estavam tão ocupados com a dizimação dos povos indígenas e seus locais sagrados mais conspícuos que não reconheceram a pirâmide como tal, pensando que era o local perfeito para uma de suas incontáveis ​​novas igrejas! Dentro de um ano, La Iglesia de los Remedios foi construída, onde permanece até hoje, como testemunha do extermínio dos astecas.

Quando a sujeira começou a cair, a pirâmide se revelou aos arqueólogos, que escavaram as escadas, plataformas, altares da pirâmide e mais de oito quilômetros de túneis serpenteando pelas entranhas da estrutura.

O local e sua rede de túneis estão abertos aos visitantes para visitas guiadas e não guiadas, embora seja aconselhável limitar a exploração dos túneis às horas do dia.