Singularidades extraordinárias de animais ordinários: o cupim

Todos já falaram, uma e outra vez, sobre cupins, mas poucos já viram um com seus próprios olhos. No entanto, vejam que incrível, as 2.600 espécies de cupins que existem no mundo constituem 10% da biomassa total do planeta. Após os ruminantes, os cupins são as criaturas mais contaminantes: sua dieta rica em fibra é a responsável por 11 % das emissões globais de metano.

Pois falando em metano, o estômago de um cupim se parece também ao das vacas: conta com diversos compartimentos para decompor a celulose e seu intestino alberga 200 tipos de micróbios para transformá-la em energia.

É por isso que a indústria do biocombustível está financiando a realização de pesquisas e estudos destes organismos diminutos em busca da comprovação se têm o segredo da extração de combustível ecologicamente correto a partir do milho.

Em que se baseia um cupim para se comer uma ou outra madeira? Nas vibrações produzidas quando começa a roê-la. Preferem, pois, os móveis às árvores. As fibras de madeira rompem-se ao mordê-las e enviam impulsos ao corpo que revelam o tipo e tamanho da peça.

As operárias cegas são as que roem a madeira para alimentar o restante da colônia diretamente de sua boca ou de seu ânus.

Mas os cupins também podem escavar através do concreto. Nos EUA eles são responsáveis por mais danos que os incêndios e as inundações combinadas.

Os cupins têm grandes valores familiares, e ademais são monogâmicos, apesar de viverem em colônias de milhões de indivíduos. A rainha parece à mãe de Alien: pode aumentar até 300 vezes seu tamanho original porque seus ovários se expandem. A rainha da espécie Odontotermes obesus, por exemplo, põe um ovo por segundo, mais de 80.000 ao dia.

Em 2007, uma pesquisa sobre o DNA revelou que em realidade são baratas. Sua antiga ordem Isoptera ficou para trás e agora são Blattodea (blatta em grego significa barata). A teoria é que evoluíram a partir de ancestrais similares a baratas quando desenvolveram a capacidade de comer madeira.

Os cupins são um dos insetos culinários mais populares: contêm 75% a mais de proteínas que um filé de gado. Na Nigéria vendem caldo de cupins em cubinhos.