Há um ditado chinês que eu gosto muito e que diz muito sobre o assunto: "Quando você beber água, lembre-se sempre da fonte". O sentimento de gratidão ante a vida cotidiana não só pode ser parte de uma filosofia de vida louvável, funcional e que irradia consciência; também implica benefícios pontuais na psique e nos fluxos emocionais daquele que o pratica. Depois de numerosos estudos, na conhecida Universidade de Berkeley, na Califórnia, descobriram algo que nossos avós já sabiam há muito tempo: a gratidão baixa a pressão arterial e diminui os sintomas de depressão. |
O GGSC (Greater Good Science Center) é um centro de Pesquisa da referida universidade que há um par de anos vem buscando conhecer as vantagens derivadas da gratidão a partir de diferentes enfoques: sociologia, psicologia e medicina. Seu objetivo não é outro que elucidar até que ponto a gratidão pode afetar nossa saúde e as formas nas quais nos relacionamos com os outros e de que maneira pode ser inserido em políticas de desenvolvimento e bem-estar.
A Organização Thnx4.org faz parte do projeto lançado pelo GGSC, que conta com um orçamento de 5.6 milhões de dólares para os 3 anos de duração projetados para realizar e analisar o diário de gratidão colaborativo com o qual pretendem demonstrar que a gratidão implica uma maior resiliência para o estresse diário.
Aparentemente algo ocorre em nosso cérebro, e portanto em nossa realidade, quando exercemos o agradecimento. Como se tratasse de uma atitude ou trincheira existencial que nos deixa bem parados em frente a, por que não dizer, o cosmos. Ademais não podemos deixar de mencionar que afinal de contas a gratidão, sobretudo quando se implementa de forma tangível e habitual, termina dando vida a uma ferramenta ritual. E se consideramos que os rituais funcionam, então o ato palpável de agradecer adquire ainda maior incidência em nosso mundo interior e termina projetado na realidade compartilhada.
A ideia arraiga em registrar os momentos e ações pelos quais os participantes sentem gratidão, mediante publicações diárias via redes sociais ou e-mail. Os participantes recebem uma resposta imediata em forma de dicas a respeito da melhor maneira de manter esse sentimento.
A interação on-line encontra-se desenhada para não demorar mais de 5 ou 10 minutos diários. Os participantes devem completar uma série de pesquisa sobre tendências afetivas antes de se envolver no projeto.
A equipe de pesquisa do GGSC planeja formar um banco de dados sobre a gratidão com a informação a mais de mil voluntários para ao mesmo tempo socializar o poder tangível deste sentimento, enquanto analisam o fenômeno desde uma perspectiva científica e interdisciplinar.
O sentimento de gratidão não corresponde a uma das emoções básicas. Todo o contrário. A gratidão é um sentimento sutil e sofisticado. Quase uma arte. Germina sobre a convicção de que os seres humanos somos incompletos e que nos precisamos mutuamente. É o produto do desenvolvimento de uma ética de cooperação, em vez de uma atitude de concorrência ou confrontação.
Segundo um estudo realizado por Rollin McCraty e Doc Childre, as pessoas que são capazes de experimentar gratidão obtêm grandes benefícios para o bom funcionamento de seu coração. Tendem a adoecer menos e são, em geral, mais felizes.
Não é por acaso, então, que os japoneses tem melhores níveis de saúde, pois já está impresso em seus genes a "necessidade" de ser grato, ou melhor ainda, a "obrigação" de ser grato, também conhecido como "giri". Enquanto nossa identidade cultural é permeada pelo "jeitinho", a dos japoneses é baseada pelo respeito.
Ademais as pessoas gratas são mais generosas, reconhecem que a ajuda mútua é um valor importante e por isso não somente são capazes de apreciar a ajuda que recebem, senão que também estão dispostos a ajudar os outros. Por isso nem todos sabem agradecer: é uma virtude própria dos melhores.
Fonte: Digital Gratitude Journal.
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