Devemos apenas confiar nos especialistas. Mas espere: identificar a verdadeira expertise requer seu próprio tipo de expertise ainda mais especializada. Além disso, os especialistas discordam entre si e, com o tempo, também discordam de si próprios. Isso torna realmente um desafio para todos nós, não especialistas -e todos nós não somos especialistas nas áreas às quais não dedicamos nossas vidas- compreender fenômenos de qualquer complexidade. |
Quanto a compreender a mudança climática, com sua enorme escala histórica e inúmeras variáveis incontáveis, podemos também simplesmente levantar as mãos? Muitos o fizeram: Neil Halloran, criador do curta documentário "Graus de Incerteza" abaixo, os rotula de "negacionistas do clima" e "derrotistas do clima".
Os negadores do clima optam por acreditar que a mudança climática provocada pelo homem não está acontecendo, os derrotistas do clima optam por acreditar que é inevitável e, portanto, ambos se deixam escapar. Não apenas eles não precisam resolver o problema, eles nem mesmo precisam entendê-lo, o que pode parecer uma tarefa bastante assustadora, visto que os próprios cientistas expressam um grau considerável de incerteza sobre o grau e a trajetória das mudanças climáticas
- "A única maneira de saber como os cientistas estão certos é aprofundar um pouco e ver seu trabalho com algum ceticismo saudável", diz Halloran. Isso implica desenvolver um instinto não de refutação, exatamente, mas de examinar exatamente como os especialistas chegam às suas conclusões e que armadilhas encontram ao longo do caminho.
Frequentemente, os cientistas não sabem o quão perto estão da verdade e estão sujeitos a tendências de confirmação e, como qualquer pessoa profissionalmente envolvida nas ciências sabe muito bem, eles trabalham sob pressão para publicar descobertas dignas de nota.
Suas publicações, então, encontram seu caminho para uma cultura de mídia na qual, cada vez mais, confiar ou desconfiar dos cientistas está se tornando uma questão de identidade política. Halloran usa animação e visualização de dados para iluminar seu próprio caminho para a compreensão de uma ocorrência global cujas proporções absolutas tornam difícil de perceber.
Essa jornada leva Halloran não apenas ao redor do globo, mas de volta no tempo, começando no ano de 19.000 a.C. e terminando em projeções de um futuro em que os mares engolem grande parte de Amsterdã, Miami e Nova Orleans.
A parada mais importante no meio é a Idade do Iluminismo e a Revolução Industrial do século 17 ao século 19, quando a ciência e a tecnologia ganharam destaque e trouxeram um florescimento humano sem precedentes, com consequências climáticas que começaram a se tornar conhecidas, embora não com certeza absoluta. Mas, na visão de Halloran, a incerteza, a própria coisa que obscurece nossa visão, também nos liberta para construir respostas possíveis.
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