As lulas-gigantes (Architeuthis spp.), que podem atingir comprimentos de 10 metros para os machos e 13 metros para as fêmeas, sempre foram criaturas tremendamente elusivas, e em poucas ocasiões fomos capazes de vê-las livremente em seu habitat natural. Gravar estas criaturas nunca foi uma tarefa simples para os pesquisadores, mas graças a um novo sistema criado por um grupo de biólogos marinhos, foi possível observar como estes animais se comportam e caçam nas profundezas do oceano. |
Essas lulas têm olhos -um dos maiores de todas as criaturas vivas- muito sensíveis à luminosidade, motivo pelo qual as luzes de veículos submarinos podem espantá-las com facilidade, e algo similar ocorre com o som ou a vibração que emitem estes aparelhos.
Mas uma equipe de biólogos, liderado por Nathan Robinson, criou um engenhoso sistema com o qual poder gravar os encontros com estes majestosos cefalópodes. Para tentar atrair estes animais marinhos, foi necessário criar um chamariz que imitasse o lampejo bioluminiscente de uma das vítimas favoritas destas lulas: a água-viva Atolla.
Uma vez conseguido isto, os pesquisadores decidiram iluminar a área da isca com luzes vermelhas. Como os olhos destes moluscos são mais sensíveis aos comprimento de onda mais curtos, este tipo de luz permite iluminar a cena de forma que estes animais pudessem ser observados.
Os encontros gravados mostraram vários dados interessantes de como caçam as lulas-gigantes. Surpreendentemente, pareciam se deixar guiar pelos estímulos visuais do chamariz bioluminiscente em vez da isca olfativa que os biólogos tinham colocado a seu lado, e que acabou atraindo outras espécies marinhas.
Mas o que a equipe mais estranhou foi que o espécime ficou analisando a área durante seis minutos antes de atacar, o que sugere que estava espreitando a sua presa antes de se lançar nela, algo que não se corresponde com o que tinham exposto outras pesquisas sobre as lulas-gigantes.
- "Ainda que nossa isca bioluminiscente parece ser uma ferramenta eficaz para atrair esta espécies de cefalópodes, futuros estudos poderiam avaliar se chamarizes de diferentes intensidades, cores ou padrões de luz variam em sua capacidade para atrair diversos táxons de cefalópodes em águas profundas", concluíram os pesquisadores em seu artigo.
Só para que se tenha uma ideia de como este animal é arisco, apenas em Setembro de 2004, a equipe do pesquisador japonês Tsunemi Kubodera do Museu Nacional Científico de Tóquio, conseguiu fotografar pela primeira vez na história um exemplar vivo no Pacífico norte, perto das ilhas Ogasawara.
O animal, que tinha em torno de oito metros de comprimento agarrou-se a uma isca, presa a uma corda e lançada a 900 metros de profundidade por Kubodera. O espécime lutou por quatro horas para se libertar, amputando um dos tentáculos no processo. O tentáculo foi resgatado pelos cientistas, ainda vivo e se movendo.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig ID: c048e5ac-0172-45ed-b26a-910f9f4b1d0a
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários