Em 1976 aconteceu uma descoberta arqueológica de grande vulto (e bota grande nisso) sob uma antiga fábrica de doces na cidade de York, no Reino Unido. Aquilo era a indicação de um importante assentamento viking, e com este, uma monstruosidade que nunca, nem antes nem agora, voltou a se repetir. Os historiadores contam que York, hoje uma esplêndida cidade de elegante arquitetura e passado abastado, passou por uma etapa muito parecida à vivida não bem longe dali, quando Londres foi considerada a cidade mais "porca" do velho continente. |
Via: Wikimedia Commons
Em York tinha uma razão de importância: os numerosos assentamentos que existiram durante milhares de anos desenvolveram uma segunda camada de lixo sob a cidade, uma densa e compacta massa de porcarias.
Curioso, porque parte dessa massa conservou-se esplendidamente graças a que o solo em algumas partes da cidade costuma ficar inundado e em grande parte livre de oxigênio, conservando por mais de 1.000 anos coisas como madeira, couro e ossos, a maioria das quais normalmente teriam biodegradado por completo em apenas uma década ou duas.
A cidade de York. Via: Wikimedia Commons
Assim foi como em 1976 descobriram um assentamento viking debaixo da antiga fábrica. Alguns anos antes, em 72, cavaram os alicerces de uma sucursal do Lloyds Bank e descobriram artefatos do período viking. Agora os escavadores tinham dado com algo maior: descobriram os restos de um grupo de edificações vikings que se completavam com estábulos de animais, poços, fossas de dejetos e latrinas.
Durante cinco anos, aquilo foi um dos grandes achados arqueológicos da década de 70. Encontraram moedas, sapatos, jóias viking, facas... foi o suficientemente impressionante para criar um museu viking que foi inaugurado em 1984.
Desde então, é difícil ir a York sem passar pelo museu. No entanto, a maioria dos visitantes vão para ver de perto uma criatura de 1.200 anos de antiguidade. O denominado como "Lloyds Bank Coprolite", é o maior, mais antigo e intacto "toroço" de excremento humano fossilizado encontrado na Terra. E pertence a apenas um homem, um senhor viking.
Lloyds Bank Coprolite
Vikings. Via: Nat Geo
O valor científico desta cocozão reside na improvável possibilidade de que uma coisa assim volte a ser vista na Terra, isto é, intacta e de 1.000 anos atrás. Dizem os pesquisadores que encontrar grandes depósitos de dejetos humanos biodegradados não é incomum, o que ocorre é que geralmente só encontram em grandes massas, como no fundo dos poços das latrinas, e os arqueólogos só podem tirar conclusões gerais sobre as pessoas que as usaram.
Ao contrário, o valor de uma caca fossilizada única, como o Lloyds Bank Coprolite, é que proporciona uma instantânea de uma pessoa em algum lugar específico no tempo. Hoje sabe-se que sua dieta consistia em carne e grãos em sua maior parte, mas nem tanto em frutas ou verduras, o que pode ajudar a explicar por que a amostra mede 20 centímetros de comprimento.
Estudos posteriores descobriram que, assim como muitos outros vikings de sua época, este tinha ao menos dois tipos de parasitas intestinais: nas fezes encontraram os restos de centenas de ovos de Trichuris trichiura e vermes.
A presença de vermes nas fezes é indicativa das condições extremamente sujas e a falta de higiene nos assentamentos vikings. Os poços de água eram escavados muito perto das latrinas, o que faz com que a disponibilidade de água limpa e não contaminada fosse mais que improvável.
Por verdade, em 2003 ocorreu uma desgraça. O grande excremento quebrou-se em três pedaços após cair enquanto estava exposto em uma amostra. Desde então, os pesquisadores vem se esmerando por tratar de reconstruir a caca humana mais lendária conhecida na Terra.
Fonte: BBC.
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Comentários
Que merda.
Eles comiam cimento? para existir ate hoje.
Que assunto de bosta.
No exato momento em que esse dejeto estava vendo a luz do dia, o seu idealizador com certeza nem fazia ideia de que sua criação seria tão cobiçada no futuro. É, realmente, o tempo faz milagres, até um pedaço de merda milenar tem alguma importância!!
Pelo olho de Odin, as barbas de Heimdall e o rabo de Fennir, que merda é essa?