Werner Freund, 79 anos, tem um dom único. O ex-paraquedista, e agora pesquisador de lobos da Alemanha pode se dar tão bem com os lobos, que é quase como se fosse um membro de sua matilha. Na verdade, há 40 longos anos começou a viver entre lobos e criá-los desde filhotes em seu santuário "Wolfspark", localizado em Merzig, na província alemã do Sarre. A estreita relação entre Werner e seus lobos é bastante óbvia pelas fotos dele recostando-se sobre as patas traseiras e uivando, e dos animais selvagens que comem carne diretamente de sua boca. |
Os lobos são uma espécie geralmente temida; a chance de entrar em seu território e sair com vida é muito pequena. Mas as coisas são diferentes no caso de Werner. É como se eles tivessem o aceitado como um dos seus. Quando Werner está ao redor, seus lobos são realmente brincalhões, dóceis e submissos com ele. Talvez seja porque consegue demonstrar com sucesso o seu domínio como o macho alfa do grupo. O parque é habitado por lobos de seis espécies diferentes ao redor do mundo, incluindo Sibéria, Ártico, Canadá, Europa e Mongólia. Eles vieram em sua maioria adquiridos como filhotes de parques de animais ou zoológicos e criados na mão por Werner.
Pode parecer grosseiro e desnecessário, mas há uma razão para que Werner alimente os lobos com a boca. A rotina de alimentação é única, ele uiva primeiro, chamando o grupo para vir comer a carne que ele comprou. A carne crua vem de uma fonte constante de veados abatidos que ele mantém para alimentar os animais. Os lobos famintos animadamente fazem o seu caminho, atendendo aos apelos do líder. Werner garante que mete mesmo seus dentes na carne primeiro, selando a sua posição como o macho dominante -como no mundo animal, onde o macho alfa sempre recebe o primeiro pedaço-. Os lobos famintos esperam obedientemente e só avançam na carne crua uma vez que ele permite que façam.
Esta é a única forma que Werner pode ter certeza que manterá o respeito do grupo. E isso funciona. Quando os lobos não estão se alimentando, eles brincam com ele e com alegria lambem seu rosto como um sinal de subserviência e reconhecimento. Estes gestos, às vezes machucam Warner, já que são grandes animais e uma focinhada violenta pode ferir o tratador. Parece meio assustador, mas é nada mais do que uma saudação áspera. Werner tem várias cicatrizes e às vezes até fica com um olho roxo após esses encontros, mas diz que a intimidade é necessária para se tornar um com a matilha.
- "Se eu não viver como um lobo real, eu nunca seria capaz de me conectar com os lobos", diz ele. Na verdade, ele está constantemente fazendo o papel. - "Percebi logo que os lobos dominantes se comportam arrogantemente com o resto. Como um ser humano, não sou arrogante, mas como um lobo eu sou. É a única maneira de manter a minha posição a frente do pelotão". Então fica de quatro, rosna para um lobo ameaçador, desviar o olhar indiferente quando se aproxima um provocador e às vezes até mesmo recorre a mordidas.
O único lobo que Werner tem mais cautela no tratamento é o que está diretamente abaixo dele na hierarquia. As matilhas de lobos constantemente mudam a posição de poder, então é preciso ter cuidado para ter certeza que não vai ser atacado se houver alterações na ordem de classificação. Assim, mesmo quando vai tirar um cochilo do meio-dia com seus companheiros peludos, deve sempre ter o cuidado de perceber sinais leves que possam alertar sobre uma mudança em sua posição. Afinal, aos olhos da matilha ele ainda é um estranho, mas com o lugar exclusivo acima do macho alfa. Mesmo assim, Werner não se mete em disputas internas do grupo.
- "Quando eu entro em seu território cercado, só me dirijo para o lobo alfa ou seu companheiro. Se eu for para os outros, pode ser lido como um ataque. Eu não quero desafiar suas hierarquias. O que eles fazem é problema deles e eu tento não me envolver em suas brigas. Se dois lobos se desentenderem e eu me meter entre eles a coisa pode ficar muito difícil para mim."
Werner criou o santuário de 25 hectares em 1972, e já cuidou de muitos animais desde então. Atualmente, existem cerca de 29 deles no Wolfspark. Há um vídeo que mostra Werner brincando com seus lobos (fim do post) e é bacana ver como os seres humanos e os animais selvagens podem realmente se dar bem. Se você pensava que era só nos filmes que homens se transformam em lobisomem, bem, Werner é o exemplo perfeito que pode acontecer na vida real.
- "Sim, eu sou um animal", diz ele bastante animado. - "Quando não estou com os lobos, é claro que eu sou humano, mas com os lobos, eu sou um lobo."
Fonte: Huff Post.
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Comentários
DOIDO tivesse ai com ak 47....... pow pow pow pow
Muito mas muito interreçante, adorei
Eca! Fiquei com nojo dessa carne.... ele mordendo... e ainda tem mulher heim!
Gostei.
Isso é surreal, coisa de filme! Eu o invejo, melhor viver com os lobos do que com as onças daqui da cidade '-'
Não é tão difícil para quem estuda e tem determinação... lobos tem uma estrutura hierárquica na qual um humano pode entrar e talvez ganhar respeito.
cara de doido.
Já tinha visto alguma coisa a respeito desse cara.
Na minha opinião ele tem um parafuso a menos. Ele não é bem certo da cabeça não.
"Quando não estou com os lobos, é claro que eu sou humano, mas com os lobos, eu sou um lobo." Considerando que esta é uma relação com cerca de 15.000 anos, até que ponto uma espécie influenciou no comportamento da outra? Que nós humanos fomos agentes diretos na evolução dos lobos, não há dúvida (meus vira-latas confirmam isto). Mas, há um padrão linear no comportamento dos lobos primitivos, no que diz respeito à hierarquia social que, dada a enorme plasticidade do comportamento humano e sua capacidade de formular ideias, nada impede que um grupo específico possa ter adotado sua estrutura social a partir de observações e conjecturas sociais que influenciem sua cultura, seus julgamentos e conclusões acerca dos problemas irresolutos. Quantas tribos europeias não organizaram-se e não conceberam sua estrutura social a partir destas observações? Buscamos a percepção do que seria a maneira mais primordial e, por conseguinte, a mais lógica e correta de sobrevivência neste mundo (lembremos das justificativas morais a respeito do papel da mulher, da homossexualidade, das hierarquias sociais, etc.). Seriam, mesmo os filósofos e cientistas sociais ainda susceptíveis a este determinismo? Alguns que tentaram entender a mente humana e o comportamento social esbarraram nisto (leiam a genealogia da moral, do Nietzche).
Que cara esquisito.
Mas gosto de lobos.
Que animais bonitos.
A casa dele (foto 10) é legal.
Precisa-se de muito, muito tempo para saber viver assim com eles como esse homem vive.
interessante.... :roll:
Já tinha ouvido falar desse cara...
A história é bem boa, é um experimento interessante. Me fez lembrar um post que li aqui certa vez sobre as meninas lobo:
http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=5252
:? :? :? :?