Há um par de semanas dávamos uma dica para quem quisesse descobrir se ainda era amado pelo casal. O caso é que uma emedigueana testou e seu marido não boceja nem a pau, enquanto o irmão do marido, que mora com o casal, parece uma draga abrindo a boca. Bem humorada, ela me enviou um e-mail rindo da situação. Mas entre lá e cá, um novo estudo sobre o bocejo foi realizado e indica que não há a possibilidade de que o mesmo seja também uma resposta empática de nosso cérebro. |
O bocejo é uma das maiores incógnitas sobre a natureza humana, segundo Gary Hack, cientista da Universidade de Maryland, nos EUA:
- "Podemos pôr um homem na Lua, mas não entendemos que função tem um bocejo".
Junto ao amigo Andrew Gallup, Gary concluiu, assim como outros estudo já haviam indicado, que bocejar expande e contrai as paredes do seio maxilar para bombear ar ao cérebro e diminuir sua temperatura. O seio maxilar é uma das maiores cavidades de uma cabeça humana e é um espaço pneumático contido no interior do osso maxilar.
Sabe-se que as pessoas bocejam menos quando o calor externo é maior que a temperatura corporal, em outras palavras, somos mais propensos a bocejar no inverno, quando a temperatura ambiente é inferior à corporal e pode arrefecer o cérebro. Fato que confirmaria a veracidade da teoria do esfriamento cerebral do bocejo, mas, de qualquer forma, continua sem explicação o motivo por que são tão contagiantes.
Em outro estudo, que uma equipe de pesquisadores acaba de publicar na revista científica Plos One, demonstram que aquelas pessoas que se contagiam rapidamente com um bocejo tendem a ser bocejadores sucessivos, enquanto outros têm essa capacidade menos desenvolvida.
Segundo este trabalho, entre 40 e 60% das pessoas são especialmente susceptíveis a contagiar-se com um bocejo e o bocejo propaga-se mais entre os jovens do que entre as pessoas de mais idade. Os cientistas recrutaram 328 voluntários que foram submetidos a um vídeo de bocejos de 3 minutos, enquanto respondiam uma série de perguntas para comprovar seu nível de empatia e mediram seus ritmos biológicos. O resultado foi que aqueles que se contagiavam logo na primeira vez eram mais propensos a contagiar-se uma segunda vez em uma sessão posterior, mas as conclusões do estudo desmentem ideias que tínhamos até agora, como o nível de inteligência, a capacidade de empatia ou a resposta de uma pessoa apaixonada (o que deve tranquilizar ou decepcionar a nossa amiga que cito no começo do artigo).
O que provoca o contágio dos bocejos então? O assunto segue sendo um mistério, mas parece que algumas pessoas são mais propensas do que outras. Os autores propõem analisar a nível genético estas variações e aprofundar neste fenômeno que segue como uma incógnita. Para comprovar que tipo de pessoa você é e se está na categoria de bocejador sucessivo, te convido a dar um olhada neste vídeo de Roman Atwood que percorre alguns dos lugares mais turísticos do mundo semeando o "caos" com seus bocejos. Se você cair em sua armadilha e bocejar mais de duas ou três vezes, é quase seguro que você é um bocejador sucessivo. Eu com certeza sou. Perdi as contas de quantas vezes bocejei só para escrever este artigo.
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Comentários
Nem precisei assistir, só de ler o artigo já comecei a bocejar pra caramba!
Os caras do video que queriam encrenca com ele, pq tinha que ser eles? completamente normal....
nem me surpreende.
Gostei do Chuck Norris. Na próxima encarnação quero um marido assim. :lol: :lol:
Hard, só bocejo em caso de extrema necessidade, como por exemplo nas horas de sono ou de preguiça ou seja sempre.
Nunca consegui ser contagiado por um bocejo.
Medium, mas quando eu tinha 4 anos por aí era easy.
Também será curioso constatar que, em qualquer ser humano, os bocejos se manifestam nos minutos seguintes a um ato sexual, mas não nos minutos anteriores.
Quando tudo decorre bem, é óbvio.
Por exclusão de partes, eu não bocejo quando estou tenso, irritado ou ansioso, portanto pode se enquadrar nas restantes situações.
Será no ser humano, não duvido, uma das maiores demonstrações observáveis da estreita interação entre o corpo e a mente.
Só quando estou com sono, e foda-se se o resto está ou não bocejando, não me contagia.
Deve ser simbiose. Hoje um bebê de poucos meses ao meu lado dormitava bocejando e eu abria a boca junto. Eita coisa boa.
Não bocejei nenhuma vez além do quê achei o vídeo "montado".
Eu achei só o primeiro bocejo, o do menininho, real.
Ah, quando estou em meio a pessoas costumo bocejar mais, mesmo que ninguém o esteja fazendo. Mas eu não gosto disso, fica um bocejo não bocejo, lacrimejando sem parar, para que todos me perguntem se estou chorando. Simplesmente pelo fato de pensar em bocejo dá vontade de fazê-lo. Acho que , em mim, tem a ver um pouco com timidez, também.
Bom...
Isso vai ser um assunto que vai muito pano pra manga, por décadas a fio...
E no final, ninguém vai provar nada, definitivamente.
É uma característica psicológica. Só isso...
:-)
bocejei 6 vezes... 3 só lendo, o resto assistindo o video! shuashuashua
AAAAAHHHHHH *O*
Logico, não sou nenhum cientista, mas quando estou em um local público, com várias pessoas, tenho o costume de observar seus atos, suas ações.
Então eu, Elson, um totalmente leigo em ciência, acha que o ato de bocejar tem a ver com o limite do cansaço/sono de cada pessoa. E se uma outra pessoa se contagia, deve ser pq seu corpo está alertando que ela também está neste limite de cansada/sono.
Começarei a preparar o meu discurso da vitória do Nobel da Ciência.