Restauração de vídeo do lobo-da-tasmânia revela como realmente parecia esta espécie extinta

Uma impressionante restauração de imagens de arquivo feitas há 88 anos proporciona um visão colorizada do último lobo-da-tasmânia em cativeiro. Eles foram vistos pela última vez na década de 1930 e não há imagens coloridas deles. O único vídeo que temos ,de aproximadamente 100 segundos ao todo, mostra espécimes em cativeiro, tudo em preto e branco. Também não há gravações de suas vocalizações e tampouco imagens deles na natureza selvagem, ainda que de tempos em tempos um australiano apresente imagens desfocadas de um suposto animal remanescente.

Os lobos-da-tasmânia, também conhecidos como tilacinos (Thylacinus cynocephalus), são, compreensivelmente, bastante misteriosos para nós. Isso é o que faz que este novo vídeo colorizado do animal seja tão genial.

O Arquivo Nacional de Cinema e Som (NFSA) da Austrália encomendou a restauração para comemorar o Dia Nacional das Espécies Ameaçadas, que o país reconhece a cada 7 de setembro. A data marca a morte de Benjamin, o último tilacino conhecido, que morreu em cativeiro em 1936. Samuel François-Steininger da Composite Films realizou a colorização, segundo um comunicado da NFSA.

O projeto requeria alta tecnologia, uma pesquisa meticulosa e uma dose de arte. As imagens originais foram tomadas pelo naturalista David Fleay no zoológico de Beaumaris em Hobart, Austrália, em dezembro de 1933. O filme mudo tem quase 80 segundos de duração e é o vídeo individual mais longo entre os 10 vídeos de tilacinos conhecidos. As imagens mostram Benjamin passeando por seu recinto, deitado, bocejando, cheirando e se coçando. A NFSA restaurou o filme de nitrato de 35 mm, proporcionando a François-Steininger uma versão digitalizada em 4K.

O projeto resultou ser difícil, já que a qualidade de alta definição significava que tinha muito a colorizar. Ademais, François-Steininger precisava conseguir a cor perfeita, bem como as matizes e sombreados. Com esse fim, fez referência a peles de tilacino conservadas em museus, esquemas, pinturas e descrições escritas. Todo o processo levou umas 200 horas de trabalho e o resultado final é excelente.

Curiosamente, existem imagens mais recentes de Benjamin, mas só vieram à tona no ano passado. O filme, tomado pelo cineasta Sidney Cook em março de 1935, foi conceituado para o projeto de colorização, mas acharam que a filmagem de Fleay se ajustava melhor.

Conquanto é quase seguro que o tilacino tenha se extinguido para sempre, como dizíamos parágrafos acima, seguem informando avistamentos ambíguos e alguns cientistas argumentam que o animal ainda estava vivo a princípios do século XXI.