Microbioma humano: seu corpo é um ecossistema

Se levarmos em conta a definição que diz que ecossistema é uma comunidade de coisas vivas interagindo umas com as outras e com as coisas não vivas ao seu redor, você é um ecossistema. Sim, o corpo humano é um ecossistema, afinal existem trilhões de organismos minúsculos vivendo nele e sobre ele. Esses organismos são conhecidos como micróbios e incluem bactérias, vírus e fungos. Existem mais deles vivendo apenas em sua pele agora do que pessoas na Terra. E há mil vezes mais do que isso em seu intestino! Todos os micróbios dentro e fora do corpo humano formam comunidades.

Essas comunidades fazem parte do ecossistema do corpo humano e juntas são conhecidas como microbioma humano. Não existem dois microbiomas humanos iguais. Por causa disso, você é um ecossistema único já que não existe outro como seu corpo.

Os micróbios existem há mais de 3,5 bilhões de anos. Isso os torna a forma de vida mais antiga da Terra. Nos últimos seis milhões de anos, eles evoluíram junto com os humanos e como mudaram com o tempo, os micróbios e os humanos formaram relacionamentos complexos uns com os outros.

Os humanos precisam de micróbios para se manterem saudáveis ​​e os micróbios precisam dos ambientes fornecidos pelo corpo humano para sobreviver. Diferentes espécies de micróbios vivem em diferentes lugares dentro e sobre o corpo humano. Alguns vivem na pele fria e seca de seu joelho. Outros vivem na escuridão quente e úmida dentro de sua boca. Onde quer que estejam, eles evoluíram para viver lá.

Assim como as plantas e animais em uma floresta, os diferentes tipos de micróbios dentro e fora de seu corpo interagem uns com os outros. Eles precisam dessas interações para comer, crescer e se reproduzir. Uma forma de interagir é competindo. Eles competem entre si por espaço e recursos, e parte dessa competição é útil para nós. Por exemplo, bactérias em nossa pele competem com o fungo que causa o pé de atleta e impede que o fungo nos infecte. Os micróbios também impedem que outros organismos entrem no microbioma humano.

O coletivo Kurzgesagt – In a Nutshell vai mais além do conceito do corpo humano como ecossistema, dizendo que não somos uma pessoa, senão todo um planeta feito de cerca de 40 trilhões de células. Há tantas que, se cada célula fosse do tamanho de um homem, teríamos o tamanho de vinte 20 montes Everest.

Para nossos habitantes rastejantes, isso torna nosso corpo o ecossistema rico em recursos, calor e espaço. Um lugar perfeito para morar e ter uma família. Embora alguns desses convidados sejam bem-vindos, parte deles não é, sobretudo as superbactérias que podem se replicar em menos de uma hora, ou um vírus que pode se transformar em centenas no período de um par de horas. É aí que chega o super-herói para salvar o dia: o sistema imunológico, o guardião deste planeta, a força encarregada de nos proteger contra o perigo constante de invasão.

Os cientistas hoje entendem que um microbioma diversificado e equilibrado é importante para a saúde de uma pessoa. Precisamos dessa diversidade e equilíbrio para um sistema imunológico forte. Alguns estudos indicam que bebês que não têm muito contato com micróbios desenvolvem mais alergias, asma, eczema e outros problemas de saúde.

Estudos também sugerem que o microbioma desempenha um papel na obesidade e na depressão. Na verdade, o microbioma é tão importante que se parece com outro órgão. É uma parte do corpo que desempenha funções necessárias, assim como a pele e os rins.

Lembre-se de que o corpo humano é um ecossistema. Precisamos preservar os ecossistemas da natureza, e isso inclui o nosso. Precisamos preservar o microbioma humano.