Desde 2016, os cientistas rastreiam um grupo de belugas que parecem ter adotado um narval macho solitário no rio St. Lawrence, no Canadá. Com cerca de 12 anos de idade, o narval está atingindo a maturidade sexual, e os especialistas estão observando para ver se o macho solitário irá acasalar com uma beluga para produzir um híbrido conhecido como "narluga". O narval foi visto pela primeira vez depois que cientistas do Grupo de Pesquisa e Educação em Mamíferos Marinhos (GREMM) usaram um drone para estudar comportamentos sociais em baleias beluga. |
Desde que se juntou ao grupo de baleias-breancas (Delphinapterus leucas), o narval (Monodon monoceros se sente à vontade e parece estar se adaptando.
- "Ele se comporta como se fosse mais um da turma", disse Robert Michaud, presidente e diretor científico do GREMM. - "É como um grande baile social de jovens juvenis que estão brincando de alguns jogos sociais e sexuais."
Belugas e narvais pertencem à mesma família de cetáceos, Monodontidae, e vivem majoritariamente no Oceano Ártico. No entanto, as belugas migram mais para o sul no inverno, quando o gelo marinho se forma, enquanto os narvais permanecem no Ártico e passam até cinco meses sob águas cobertas de gelo.
As duas espécies raramente interagem na natureza, por isso é surpreendente para os pesquisadores como o narval se juntou ao grupo. A ecologista comportamental Erica Siracusa disse que o narval pode ter se unido para proteção contra predadores ou porque as duas espécies são criaturas sociais. A mudança climática também pode criar mais interação entre as duas espécies, pois continua a alterar os habitats do norte.
As especulações de híbridos de narluga persistiram ao longo do tempo, mas foi necessário chegar até 2019, quando a análise de DNA de um crânio confirmou sua existência indescritível. Um caçador de subsistência inuit salvou o crânio de um estranho cetáceo que ele havia caçado na Groenlândia na década de 1980.
Diferia dos crânios de belugas e narvais, com mini presas na mandíbula superior e dentes inferiores em forma de saca-rolhas. Análises químicas e de DNA descobriram que o crânio pertencia a um híbrido de narluga de primeira geração, de acordo com o estudo publicado na Scientific Reports.
No entanto, não se sabe se esta narluga já se reproduziu. Enquanto a maioria das espécies híbridas sobrevive até a idade adulta, algumas espécies híbridas como mulas são inférteis e outras, como o ligre, uma mistura entre um leão e um tigre, são férteis.
Os pesquisadores suspeitam que a procriação seja uma possibilidade por causa de como o narval está ligado ao grupo de belugas. Muitas interações entre o narval e as baleias beluga foram vistas, incluindo comportamentos sexuais sociais em ambas as espécies.
Para que um narval se reproduza com sucesso, ele precisará se aproximar o suficiente dos outros machos de beluga para formar uma aliança. Depois que a coalizão for formada, como um grupo, eles se aproximarão e cortejarão as baleias fêmeas.
As baleias beluga fêmeas viajam em um grupo separado para criar e cuidar dos filhotes. Se o narval solitário cortejar com sucesso uma beluga fêmea, os pesquisadores terão que esperar que ele cresça para distingui-lo dos filhotes de beluga.
Até então, os cientistas estão se preparando para observar o grupo único de mamíferos quando eles retornarem ao já no final deste mês de março para estudar sua comunicação. Atualmente, não se sabe se o narval pode entender as vocalizações daa belugas.
- "É divertido, intrigante, mas também é uma informação muito poderosa e útil para rastrearmos a vida deste narval entre as belugas", disse Robert. - "Se ele estiver bem, pode ficar aqui pelos próximos 40 anos, eles vivem até 60, 80 anos."
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