Quando a bióloga da vida selvagem Angela Ziltener fazia mergulhos em alto mar, ela frequentemente observava algo extraordinário. Um grupo de golfinhos nariz-de-garrafa do Indo-Pacífico (Tursiops aduncus) se alinhavam e se revezavam esfregando seus corpos contra corais ou esponjas marinhas ao longo do fundo do mar. Depois de observar o comportamento por mais de uma década, a cientista da Universidade de Zurique e sua equipe descobriram que os mamíferos marinhos podem estar usando os invertebrados como farmácias para se automedicar. O estudo detalhando a descoberta foi publicado este mês na iScience. |
Os golfinhos esbarram em corais gorgônios macios (Rumphella aggregata), corais mais resistentes (Sarcophyton sp.) e outras esponjas específicas (Ircinia sp.). Os mamíferos marinhos deslizam nos galhos várias vezes e empurram partes do corpo como suas cabeças contra corais e esponjas mais compactas.
Alguns golfinhos até arrancam o coral do fundo do mar, o seguram na boca e o agitam até que uma substância amarela e verde escorra e manche seus focinhos e corpos. Os invertebrados podem produzir compostos antibacterianos que liberam na água que dão aos golfinhos uma pele saudável. No geral, a reunião é pacífica e os golfinhos não lutam entre si para se esfregar no coral.
- "Não é como se eles estivessem lutando entre si. Não, eles esperam e depois passam", disse Angela. Estudos anteriores descobriram que os golfinhos são vulneráveis a doenças de pele como infecções por poxvírus ou doenças fúngicas como lobomicose.
Os pesquisadores também observaram golfinhos adultos ensinando o comportamento aos filhotes. Quando um grupo de 360 golfinhos visitou os corais localizados no norte do Mar Vermelho, eles notaram que os filhotes com menos de um ano de idade observavam os adultos se esfregando no coral. Os golfinhos adultos só se esfregavam nos invertebrados em condições calmas e tranquilas. Se os barcos perturbavam a área, os golfinhos não se engajavam no comportamento.
Mais pesquisas são necessárias para confirmar se os golfinhos estão usando corais e esponjas para tratar infecções de pele, já que especialistas não observaram ou viram provas de uma cura propiciada por corais. A equipe planeja investigar como o comportamento de fricção dos corais difere em golfinhos de diferentes sexos e idades, e quais áreas do corpo os golfinhos esfregam mais. Angela disse que, embora sejam necessários mais estudos, a descoberta revela e reforça a importância de conservar os sistemas de recifes de coral.
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