Sem treinamento, os humanos conseguem passar de 30 a 90 segundos debaixo d'água antes de precisar respirar. Se estivermos nadando debaixo d'água, esse tempo pode ser bem menor! Para as pessoas que desejam aumentar a quantidade de tempo em que podem prender a respiração, obviamente é mais seguro praticar em terra, no conforto de sua casa. Basta fazer respirações lentas e calmas antes de prender a respiração, em vez de hiperventilar inspirando e expirando rapidamente. Enquanto prende a respiração, há que relaxar o corpo e pensar em outras coisas. |
Quando estiver pronto para tentar prender a respiração na água, tente apenas submergir em uma piscina enquanto segura a lateral. Para quem deseja se aproximar da marca de três, quatro ou até cinco minutos para prender a respiração debaixo d'água, existem cursos ministrados por escolas de mergulho livre, onde é possível treinar para melhorar as habilidades em um ambiente seguro.
Em todos os mamíferos, incluindo os humanos, um reflexo de mergulho é ativado quando o rosto é submerso em água fria. A frequência cardíaca diminui e o fluxo sanguíneo é desviado dos membros em direção à cabeça e ao tronco, onde estão localizados órgãos essenciais como o cérebro e o coração. Essas mudanças fisiológicas nos permitem sobreviver por mais tempo quando estamos submersos na água.
Nos mamíferos marinhos, este reflexo é particularmente bem desenvolvido, tornando-se uma adaptação ao seu estilo de vida aquático, permitindo-lhes caçar, brincar e até dormir debaixo da água.
O recorde mundial para o mamífero que consegue prender a respiração por mais tempo é a baleia-bicuda-de-cuvier (Ziphius cavirostris), com um indivíduo completando um mergulho com duração de 222 minutos.
Outros mamíferos marinhos também podem permanecer submersos por períodos de tempo impressionantes, com cachalotes habitualmente registrando mergulhos de 90 minutos e focas conseguindo 30 minutos.
Os mamíferos aquáticos são tão bons em sobreviver debaixo d'água porque seus músculos estão repletos de mioglobina. Na verdade, a mioglobina nos músculos dos mamíferos marinhos pode exceder a dos mamíferos terrestres por um fator de 30.
A mioglobina é semelhante à sua prima, a hemoglobina, pois contém ferro e pode armazenar oxigênio. No entanto, a mioglobina tem maior afinidade com o oxigênio e é menos afetada pela acidez do que a hemoglobina. Isso é importante porque, durante mergulhos longos, o dióxido de carbono e o ácido lático se acumulam nos músculos, tornando-os mais ácidos.
Além disso, os mamíferos marinhos têm corpos aerodinâmicos, semelhantes a torpedos, o que significa que não precisam fazer muito esforço ao nadar, então seus estoques de oxigênio duram mais.
Usualmente, os humanos não evoluímos para sermos seres aquáticos, mas há um grupo de nômades marítimos chamado Bajau, também conhecidos como "humanos aquáticos", que costuma passar entre 10 e 15 minutos debaixo d'água, em profundidades de até 60 metros.
Eles vivem nas águas do sudeste da Ásia há mais de 1.000 anos e coletam sua comida em mergulho livre, sem snorkel, nadadeiras ou roupas de mergulho. Desse modo, a seleção natural pode tê-los tornado mergulhadores geneticamente mais fortes e preparados para a vida nas profundezas das águas.
Enquanto praticam e treinam para aperfeiçoar suas habilidades, uma pesquisa publicada na revista Cell em 2018 descobriu que os Bajau realmente têm adaptações fisiológicas para ajudá-los a mergulhar melhor.
Uma diferença fundamental é que eles têm uma mutação de DNA para um baço aumentado. Na verdade, descobriu-se que o baço era até 50% maior em indivíduos Bajau, em comparação com um grupo relacionado de pessoas chamado Salua, que vive no continente.
O baço armazena e filtra o sangue, removendo quaisquer glóbulos vermelhos danificados, o que significa que um baço maior fornece um reservatório maior de glóbulos vermelhos oxigenados, permitindo que até as crianças do grupo fiquem debaixo d'água por 10 minutos.]
No vídeo abaixo você vê Budimir Šobat estabelecendo o recorde de retenção voluntária de respiração debaixo d'água de 24 minutos e 37 segundos, em Sisak, Croácia, em 27 de março de 2021. No entanto, ele respirou oxigênio puro antes da imersão. Um recorde definitivo do tipo "não tente fazer isso em casa"!
Budimir, mais conhecido como Buda, tentou esse recorde para promover a cidade de Sisak, após ser atingida por um forte terremoto em dezembro de 2020. Ele superou o recorde anterior em 34 segundos.
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Comentários
Na época dos mergulhos e etcs, sempre consegui reter o ar por até 1:40 rotineiramente. Detalhe: eu era fumante de uma carteira por dia na época. :)