O cervo muntíaco, a maravilha glandular da natureza

O pequeno muntíaco, também conhecido como cervo-latidor, é o mais antigo veado da Terra, já que surgiu há cerca de 15 a 35 milhões de anos. Ele recebe seu nome popular por usar uma espécie de latido que serve para avisar os outros a presença de uma possível ameaça ou como chamada de acasalamento. Um vídeo recentemente viral lançou uma nova luz sobre as adaptações aparentemente bizarras do muntíaco e surgiram então centenas daqueles vídeos chatos de "cortes" tão em voga na atualidadse nas redes sociais e Youtube.

Muitos animais têm a capacidade de inflar, mas isso geralmente é mais amplamente visto em pássaros, peixes e anfíbios do que em mamíferos. Junto com um punhado de mamíferos como alguns primatas, elefantes marinhos e morsas, o cervo muntíaco é abençoado com a habilidade legal de inflar partes de seu corpo. E o segredo de seu rosto deliciosamente agitado? Tudo se deve às suas incríveis glândulas de cheiro.

O muntíaco é um mamífero pequeno e atarracado do tamanho de um cachorro pequeno a médio. Atingindo uma altura de ombro de cerca de 45-52 centímetros, ele é uma das menores espécies de veado e têm cascos minúsculos para combinar. Eles evoluíram para ter agilidade e velocidade, enquanto seus olhos grandes e expressivos sugerem uma natureza travessa.

Sua pelagem marrom acobreada fica com uma cor cinza opaca no inverno, camuflando-os com as cores manchadas do chão da floresta. Muntíacos são uma espécie adaptativa e sem estação reprodutiva específica, podem produzir descendentes durante todo o ano.

Globalmente, existem pelo menos sete espécies de muntíacos, todas nativas do sul da Ásia, mas o muntíaco-de-Reeves prosperou e estabeleceu um novo lar para si no Reino Unido e Japão. Eles foram levados por zoológicos e depois introduzidos em parques, de onde fugiram e começaram a reproduzir na natureza.

Muito provavelmente, ao ver estas fotos que ilustram o post, você não notará nada de excepcional neste cervo, mas há uma razão notável pela qual os muntíacos capturam a atenção das pessoas e se tornam uma sensação viral: as glândulas infladas em seu rosto. Você vai ter que pegar seu queixo no chão ao ver o clipe no rodapé do post.

Crescendo e inchando como balões cheios de ar, essas características peculiares são, na verdade, glândulas odoríferas. E há dois conjuntos no rosto do muntíaco: as glândulas odoríferas pré-orbitais, que ficam logo à frente dos olhos, e as glândulas frontais na testa. Quando relaxados, eles parecem nada mais do que pequenas protuberâncias no rosto do cervo, mas para outros muntíacos, elas são uma ferramenta crucial para comunicação e união.

À medida que as glândulas odoríferas se expandem, elas secretam uma mistura personalizada de compostos químicos que transmitem informações sobre sexo, idade e status reprodutivo de um cervo, bem como sua saúde geral, bem-estar e hierarquia social. Esfregando o rosto contra uma árvore ou outros objetos, esse perfume funciona como um cartão de visitas; uma mensagem para outras criaturas na floresta de que o cervo muntíaco está presente.

Esse comportamento é particularmente importante quando os machos querem defender seu território e estabelecer domínio sobre outros cervos para atrair uma parceira, embora isso possa ocorrer em ambos os sexos.

O muntíaco, como outras espécies de cervos, tem outras glândulas odoríferas não tão óbvias, incluindo as glândulas tarsais e metatarsais em seus pés, e as glândulas interdigitais entre os cascos fendidos das patas dianteiras e traseiras. Para aumentar ainda mais essa mistura de cheiro individual, o cervo faz xixi em suas glândulas tarsais e as esfrega, um comportamento conhecido como "micção esfregada".

Amantes de gastronomia, parte da razão do sucesso dos muntíacos fora da Ásia é seu apetite por uma ampla variedade de delícias culinárias. Seus paladares exigentes os levam a uma aventura diária enquanto exploram o solo da floresta, e sua dieta diversificada inclui frutas, nozes, sementes e fungos.

Eles também gostam particularmente dos brotos tenros e das folhas de árvores jovens, que podem atrapalhar um pouco os programas de manejo florestal. Os muntíacos também são conhecidos por gostar de uma boa crocância e muitas vezes podem ser encontrados mastigando pedaços crocantes de vegetação lenhosa.

Apesar de seu entusiasmo pela culinária vegetariana, os cervos muntíaco não hesitam em adicionar um pouco de proteína à sua dieta. Eles são conhecidos por comer ocasionalmente insetos, caracóis e outros pequenos invertebrados, que capturam com reflexos extremamente rápidos. A dieta eclética do cervo muntíaco reflete sua natureza aventureira e curiosa, enquanto exploram a rica tapeçaria de sabores e texturas que a floresta tem a oferecer.

Muntíacos tem longos dentes caninos saindo de sua mandíbula superior. Esses dentes estão presentes em machos e fêmeas e são tipicamente mais longos e proeminentes nos machos, principalmente durante a época de reprodução.

Esses dentes não são tradicionalmente usados para caçar, em vez disso, eles são usados principalmente para exibição e brigas territoriais com outros muntíacos. Então, embora eles tenham dentes parecidos com vampiros, eles não são realmente usados para beber sangue ou qualquer outra atividade vampírica, apesar do hype da mídia. E eles normalmente não são usados para causar sérios danos a outros animais ou humanos.

O cervo tem uma variedade de vocalizações, variando de ruídos suaves de grunhidos a algo semelhante a um grito humano. Eles também são conhecidos como cervos-latidores graças ao seu latido alto e ressonante (e repetitivo), que soa um pouco como uma tosse alta.

Este tipo de latido é exclusivo dos muntíacos, e eles podem ser muito vocais devido ao seu tamanho pequeno. É frequentemente usado como uma chamada territorial, e os machos também latem para atrair uma fêmea ou para afastar predadores. Esses latidos podem durar muitas horas.

Desde 2019, o muntíaco foi classificado como uma espécie invasora não nativa Aqui no Reino Unido. Já no Japão a população é mantida sobre controle. Por mais fofos que sejam, isso significa que é realmente ilegal soltá-los na natureza, importá-los, criá-los em cativeiro ou vendê-los.

No entanto, eles não estão considerados ameaçados de extinção. Na verdade, as populações têm aumentado constantemente graças à sua adaptabilidade e capacidade de prosperar em uma variedade de habitats.