Há uma grande confusão na denominação de sapos, rãs e pererecas. Vejam como exemplo a rã-cambô (Phyllomedusa bicolor), também conhecida como sapo-verde, ou rã-macaco-gigante, que na verdade é uma perereca-arborícola. Elas tem um talento especial: as cambôs produzem uma substância cerosa venenosa que espalham sobre a pele. Tem um gosto desagradável para os predadores, por isso reduz suas chances de serem comidas. Algumas pessoas não têm melhor ideia do que passar esta substância sobre pequenos arranhões no corpo para que penetre na circulação sanguínea. |
Mas por que diabos alguém em pleno gozo de sua sanidade mental faria tal coisa? penetrem na circulação sanguínea. Segundo as superstições de povos indígenas da Amazônia, o ritual conhecido como vacina-do-sapo visa acabar com a "panema", o estado de espírito negativo que causa doenças. Algumas tribos amazônicas usam esse veneno para aumentar seus sentidos, embora também lhes cause muito mal-estar.
Em anos recentes a substância também passou a ser usada nos centros urbanos, sobretudo pelas elites do bem-estar, onde os praticantes de naturopatia usam o ritual para limpar o corpo de toxinas, além de tratar inúmeras condições de saúde.
Esta administração do veneno possui efeitos laxativos, geralmente causando fortes náuseas, vômitos, diarreia e taquicardia, podendo causar inclusive a morte. Não há evidência científica sólida de ser tratamento eficaz para nenhuma condição médica.
O veneno produzido pela cambô inclui dermorfina, dermaseptina e deltorfina que atuam nos receptores neuronais sensíveis aos opiáceos, podendo levar a uma alteração no nível de consciência. A deltorfina tem realmente aplicação médica e a dermaseptina tem propriedades antibacterianas.
No Brasil a tal "vacina-do-sapo" é considerada, como dizíamos, desprovida de comprovação científica e tanto o uso como a sua publicidade comercial estão proibidos desde 2004 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
A perereca-cambô vive na Bacia Amazônica na América do Sul, podendo ser encontrada na Venezuela, Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia e Guianas. Vive de entre 0 a 800 metros acima do nível do mar e como você pode imaginar por um dos seus nomes populares, a rã-macaco-gigante gosta de escalar e faz parte da família das pererecas-arborícolas. É possível encontrá-la empoleirada em galhos de árvores bem acima do solo na floresta.
As pererecas-cambô são noturnas. Os machos saem à noite de seus esconderijos para coaxar alto das árvores e caçar comida. Os machos tem um forte chamado para defender territórios e atrair parceiras, mas as fêmeas não fazem isso: elas apenas procuram comida! Elas são carnívoras e comem insetos e quaisquer outras pequenas criaturas que possam pegar.
Os ovos da perereca são fortemente predados e têm uma taxa de predação de até 61%. As espécies que se alimentam dos ovos incluem besouros estafilinídeos, moscas forídeas, mamíferos -especificamente macacos-prego- e outros predadores, como cobras. Os ovos são predados porque são fonte de proteína para os predadores.
Outra adaptação da cambô é sua capacidade de se enterrar no solo durante os períodos de seca. Ao se enterrar, ela reduz sua exposição a altas temperaturas e economiza água.
A espécie está listada como "Pouco Preocupante" na Lista Vermelha da IUCN. Isso significa que a espécie está bem, tendo em vista sua ampla distribuição atual e grande população, e não há evidências de que a espécie esteja com problemas.
As rãs-macaco têm cerca de 9 a 12 cm de comprimento e as fêmeas são maiores que os machos. Isso porque elas têm que produzir ovos (ovas de rã) e precisam ser maiores, mais fortes e ter mais energia que os machos.
As rãs-macaco fazem ninhos com folhas nas quais as fêmeas põem os ovos. As rãs fazem os ninhos em uma árvore pendurada sobre um lago ou piscina, de modo que, quando os girinos eclodirem dos ovos, eles cairão na água onde podem se alimentar e se transformarão em rãs.
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