Dentro de um orfanato e centro de resgate de preguiças no Panamá

As preguiças (Bradypus variegatus) são uma das espécies animais que mais sofrem com a perda de habitat. Naturalmente lentas e letárgicas, acabam atropeladas quando tentam atravessar estradas ou invadir novos assentamentos humanos onde antes era sua casa. Muitas acabam eletrocutadas por não saber a diferença de uma árvore e um poste. Na Associação Panamericana para Conservação em Gamboa, Panamá, Yiscel Yángüez e o marido Néstor Correa trabalham dia e noite para resgatar e reassentar centenas de animais silvestres por ano. Sua especialização: resgatar, criar e liberar preguiças. Correa enfatiza:

- "Todos os animais que temos são animais resgatados, cada um deles. Portanto, é muito importante que as pessoas entendam que trabalhamos com animais selvagens e que esses animais não são animais de estimação. Assim que esses animais estiverem prontos para voltar à natureza, eles o farão."

Quando invadem quintais na América Central, muitos deste animais terminam como animais de estimação, o que é uma péssima ideia pois sua pelagem tem uma rica flora fúngica. Apesar de lentos, quando precisam podem ser rápidos o bastante para causar um grande ferimento com suas fortes garras.

No vídeo abaixo, veja como eles cuidam dos órfãos sob seus cuidados, realocam uma preguiça que tenta atravessar uma movimentada rodovia do Panamá e, em um adeus emocionado, libertam uma preguiça que criaram desde que tinha apenas alguns meses de idade.

Uma boa curiosidade da preguiça é sua força de preensão que permite que elas passem 90% de suas vidas nas árvores, só descendo uma vez a cada oito dias para defecar no solo. Isso só é possível devido as suas garras que são realmente formadas por ossos de falange distal alongados e curvos cobertos por queratina.

Garras grandes e curvas e músculos adaptados especificamente para força e resistência as ajudam a segurar fortemente os galhos das árvores. Assim elas são capazes de resistir à suspensão invertida por longos períodos de tempo devido a aderências fibrinosas que prendem seus órgãos -como fígado e estômago- às costelas inferiores.

A posição em que esta preguiça dorme no vídeo acima, pode parecer muito desconfortável e anti-natural, mas não é. è totalmente normal. Como as fezes e a urina podem representar até um terço do seu peso corporal, essa adaptação evita que seus órgãos internos pressionem os pulmões quando pendurados de cabeça para baixo, facilitando a respiração.