A bolacha-da-praia come metal em seu café da manhã

Não é improvável que você já tenha encontrado o esqueleto, conhecido com testa, deste animal marinho esquisito na praia. Encontrá-lo vivo já é um pouco mais raro, já que ele gosta de se enterrar ou rastejar na areia. A bolacha-do-mar, também conhecida como dólar-de-areia é uma ordem de equinodermos escavadores, Clypeasteroida parentes próximos dos ouriços e estrelas-do-mar, no registro fóssil desde o Paleoceno tardio à atualidade. O grupo das bolachas-de-praia surgiu por volta de 65 milhões de anos e pode ser considerado um verdadeiro fóssil vivente.

Sua testa é constituída por placas de carbonato de cálcio dispostas em um padrão radial. Nos espécimes vivos, a testa é recoberta por uma pele espinhosa de textura aveludada, com os espinhos recobertos por minúsculos cílios, com o aspecto de pelos curtos.

Os espinhos aveludados das bolachas-do-mar vivas podem ser encontradas em uma variedade de cores: verde, azul, violeta ou roxo, dependendo da espécie. Os movimentos coordenados das espinhas permitem que as bolachas de areia se movam pelo fundo do mar.

Os dólares de areia não têm um lugar tão aconchegante para viver. Eles estão à mercê do que é basicamente um deserto submarino de pura areia, mas eles têm uma solução rigorosa para não ficarem sendo jogados de um lado para outro pelas onda: eles engolem a magnetita -um tipo de minério de ferro- misturada na areia para que seus corpos pesem contra o fundo marinho.

A testa de certas espécies de dólar de areia tem fendas chamadas lúnulas que podem ajudar o animal a ficar embutido na areia para impedir que seja arrastado por uma onda do mar.

As testas desses animais podem ser encontradas com frequência nas praias, desprovidas da pele e esbranquiçadas pela exposição à radiação solar, o que permite facilmente identificar a sua simetria radial.

Indivíduos que morreram recentemente ou estão moribundos às vezes também são encontrados em praias com grande parte da morfologia externa ainda intacta.

Um traço característico do esqueleto destes animais é a presença de cinco pares de fileiras de poros, as quais criam um padrão chamado de petalóide -chamada assim porque lembra pétalas de flores-, localizado no centro do disco corporal, exatamente como a deus primos estrela e ouriço-do-mar.

Estes poros são perfurações com evaginações branquiais no endoesqueleto através das quais se projetam para maximizar as trocas gasosas com o meio.

De acordo com o folclore popular, as testas encontradas nas praias são moedas perdidas das sereias ou dos povos de Atlantis: devido seu formato esférico anatômico, daí seu outro nome comum: dólar-de-areia.