O turíbulo pequeno é também usado pelo padre no princípio da missa, para incensar o altar; na apresentação das ofertas, para incensar as oferendas; e na elevação da hóstia e do cálice, depois da consagração.
O turíbulo cerimonial ou grande é pendurado por correntes de metal em um ponto alto o suficiente dentro da igreja e balançado no ar para que o cheiro do incenso queimado seja adequadamente espalhado.
O Botafumeiro é possivelmente o maior turíbulo que existe. Tem 1,6 metros de altura e pesa 53 kg. Quando carregado com carvão, pode pesar bem mais de 100 kg. Ele é içado a 20 metros de altura a partir da cúpula central da catedral, por meio de um complexo sistema de roldanas, por oito homens vestidos com túnicas vermelhas, chamados tiraboleiros.
Enquanto o incensário ainda está ao alcance, ele recebe um forte empurrão para transmitir um movimento lateral. À medida que o incensário é levantado, as oscilações tornam-se gradualmente maiores. No topo de seu balanço, o turíbulo faz um arco de 65 metros de diâmetro e atinge velocidades de 68 km/h enquanto libera espessas nuvens de incenso.
A visão do Botafumeiro fazendo grandes arcos ao redor da catedral é supostamente tão hipnótica que alguns peregrinos pagam até 450 euros (2.400 reais) para ter uma "apresentação" privada do turíbulo. Também não é fácil presenciar a cerimônia que ocorre oficialmente em 11 datas distintas, sempre com a igreja cheia. Há um limite de pessoas que podem entrar decidido pela ordem de chegada.
A tradição de balançar o incensário na Catedral de Santiago de Compostela começou no século XI com o objetivo de eliminar o odor corporal desagradável dos peregrinos que chegavam à Catedral suados e sujos após uma longa e cansativa caminhada.
Acreditava-se que a fumaça do incenso tinha efeito profilático em épocas de pragas e epidemias. É claro que a queima de incenso também é uma tradição importante em muitas culturas, destinada a ser uma oferenda simbólica ou sacrificial às divindades, ou a servir como uma ajuda na oração.
No século XIII, o mecanismo da polia foi alterado para permitir o içar cargas maiores e, portanto, um turíbulo maior. No século 15, o rei Luís XI da França ordenou que um novo turíbulo fosse feito de prata cravejada de pedras preciosas. Infelizmente, ele foi roubado pelas tropas de Napoleão em abril de 1809, durante a Guerra da Independência Espanhola.
Consequentemente, um novo turíbulo foi feito em latão e instalado em 1851. Este é o turíbulo que está em uso atualmente. O seu nome provém da língua galega, onde botar significa "expulsar", e do latim fume, que significa "fumaça".
Não é perigoso ter 50 kg de brasas balançando 20 metros acima da cabeça dos visitantes? É verdade, e em inúmeras ocasiões na história as cordas arrebentaram e o Botafumeiro caiu das abóbadas superiores ou espalhou brasas no piso inferior.
Certa ocasião, em 1499, a princesa Catarina de Aragão estava em viagem para se casar com o herdeiro do trono inglês e parou na catedral de Santiago de Compostela. Enquanto era balançado, o Botafumeiro saiu voando da catedral pela janela alta das Platerias. Felizmente ninguém ficou ferido.
Além do Botafumeiro, a Basílica Arquicatedral de Santiago de Compostela possui outro grande turíbulo que é utilizado nas demais missas realizadas na catedral. Chama-se Alcachofa (literalmente, "alcachofra") que foi fabricado em 1971.
Curiosamente, a igreja cristã não utilizou o incenso na liturgia desde o início, porque queria se distinguir, o mais claramente possível, do paganismo. Extinto o paganismo, o ritual do incenso encontrou logo seu lugar na liturgia cristã. A partir do século IV, a tradição cristã adotou o incenso em seus ritos de consagração e, ainda hoje, queima-o para honrar o altar, as relíquias, os objetos sagrados, os sacerdotes e os próprios fiéis.
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