Já nos acostumamos com os efeitos visuais modernos dos filmes feitos com auxílio de computadores, tanto que só os notamos quando mal feitos ou meses depois quando alguém posta um vídeo do bastidores no Youtube. A mais comum é a que utiliza cromaqui com tela verde, no qual o fundo verde pode ser substituído por outro conteúdo de vídeo. Mas como eles faziam isso antes da tecnologia de tela verde? Ah, todos nos lembramos dos antigos efeitos de projeção, quando as pessoas conversavam dentro de um carro com o cenário passando pelas janelas como se fosse uma tela de cinema. Mas e Mary Poppins? |
O filme é emblemático porque entrou magicamente em um universo animado de forma tão perfeita que foi surpreendente em 1964, e surpreendente agora porque o efeito é melhor do que a maioria das cenas de tela verde.
A Disney utilizou o processo de vapor de sódio em Mary Poppins. O processo, criado em 1956, não é muito complicado, em princípio. O ator é filmado atuando em frente a uma tela branca iluminada por poderosas luzes de vapor de sódio. Esta luz tem um espectro de cores estreito, que se enquadra perfeitamente em um entalhe cromático entre as várias camadas de sensibilidade de cores do filme colorido.
Desta forma, a cor amarela não é registrada nas camadas vermelha, verde ou azul. Isso permite que toda a gama de cores seja utilizada, não só nos figurinos, mas também na maquiagem e nos adereços. Por isso a técnica é também chamada de "tela amarela"
Uma câmera com prisma divisor de feixe é usada para expor dois elementos separados do filme. O elemento principal é o filme negativo colorido regular, insensível à luz do sódio e o outro, um filme preto e branco de granulação fina, extremamente sensível ao comprimento de onda específico produzido pelo vapor de sódio.
O canal do Youtube Corridor Crew conseguiu um prisma como esse e recriou essa técnica de cinema abandonada para nossa edificação e entretenimento.
A técnica de tela amarela foi usada em 1990 no filme Dick Tracy. Mas a Disney acabou perdendo o prisma divisor de feixes feito sob medida. O processo foi usado na década de 1970 para cenas de pouco mais de uma dúzia de filmes, até ser aposentado com a melhoria do cromaqui.
De fato, a técnica de dupla exposição em filmes foi usada a primeira vez já em 1898. O método de "tela azul foi desenvolvido na década de 1930 na RKO Radio Pictures. Vinte anos depois Arthur Widmer, funcionário da Warner Brothers e ex- pesquisador da Kodak, decidiu trocar o azul pelo verde. O nome "chroma-key" era o nome comercial da RCA para o processo, usado em suas transmissões de televisão.
No momento da gravação de Mary Poppins, o processo de sódio produziu resultados mais limpos do que a "tela verde", que estava sujeita a um notável derramamento de cor. O aumento da precisão permitiu a composição de materiais com detalhes mais finos, como o cabelo ou o chapéu velado de Mary Poppins.
Também foi útil que a luz "amarelo de sódio", e sua remoção através do fosco, tivesse um efeito insignificante nos tons de pele humana. À medida que o processo de cromaqui melhorou, o processo de vapor de sódio foi abandonado, porque sua tela e lâmpadas monopolizavam grandes estúdios e incorriam em custos mais elevados.
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