Em um movimento ousado que ultrapassa os limites da ciência médica, a BrainBridge, uma start-up pioneira em neurociência e engenharia biomédica, revelou um conceito inovador para um "sistema de transplante de cabeça". Ainda em fase conceitual, a visão da empresa é desenvolver um sistema robótico totalmente automatizado, capaz de realizar esse procedimento complexo nos próximos oito anos. As implicações potenciais desta tecnologia são imensas, oferecendo esperança renovada a indivíduos que sofrem de doenças terminais, doenças neurodegenerativas e paralisia. |
A BrainBridge prevê um futuro onde pacientes com condições que de outra forma seriam intratáveis poderiam receber uma nova vida através de um transplante de corpo inteiro, essencialmente substituindo seus corpos doentes ou danificados por outros saudáveis.
O processo, conforme demonstrado em um vídeo recentemente divulgado, envolve um sofisticado sistema robótico que removeria simultaneamente as cabeças do doador e do receptor e, em seguida, transferiria perfeitamente a cabeça do receptor para o corpo do doador.
O procedimento seria guiado por inteligência artificial e imagens em nível molecular em tempo real, garantindo a reconexão precisa da medula espinhal, nervos e vasos sanguíneos.
Um dos desafios mais significativos na concretização deste ambicioso conceito é a atual incapacidade de reparar totalmente os danos nos nervos e na medula espinhal. A BrainBridge fiz reconhecer esse obstáculo e está recrutando ativamente os melhores especialistas em diversas áreas para colaborar na busca de soluções.
A empresa acredita que, ao promover um ambiente colaborativo e atrair as mentes mais brilhantes, poderá acelerar o progresso nesta área crítica. No curto prazo, a BrainBridge prevê que seus esforços de pesquisa e desenvolvimento levarão a avanços na reconstrução da medula espinhal e nas técnicas de transplante de corpo inteiro.
A longo prazo, a empresa pretende revolucionar os cuidados de saúde tal como os conhecemos, explorando novas fronteiras na ciência médica e expandindo-se para áreas que antes eram consideradas inimagináveis.
Embora o conceito de transplante de cabeça possa parecer ficção científica, representa um avanço significativo no campo da neurociência. Os benefícios potenciais para indivíduos que enfrentam condições de risco de vida são inegáveis.
Ao ultrapassar os limites do que é possível, a BrainBridge está preparando o caminho para um futuro onde tecnologias médicas inovadoras podem transformar vidas e oferecer esperança àqueles que mais precisam.
O conceito de transplante de cabeça não é inteiramente novo. Ele capturou a imaginação dos cientistas e do público durante séculos, com as primeiras tentativas datando do início do século XX. Em 1908, o primeiro transplante de cabeça registrado foi tentado em um cão, embora sem sucesso.
Na década de 1950, Vladimir Demikhov conduziu experimentos envolvendo enxertar uma cabeça viva em outros cães, criando efetivamente caninos de duas cabeças. Embora não sejam tecnicamente considerados um transplante completo de cabeça, esses experimentos ultrapassaram os limites do que era considerado possível em procedimentos cirúrgicos.
Na década de 1970, Robert White alcançou um marco significativo ao realizar um transplante de cabeça em um macaco rhesus. O macaco sobreviveu oito dias e manteve as funções sensoriais, mas não conseguiu mover seu novo corpo devido à incapacidade de reconectar a medula espinhal.
Desde pelo menos 2012 que o controverso neurocirurgião italiano Sergio Canavero vem afirmando que é possível realizar tal cirurgia. Sergio, que não goza de bom trânsito entre a comunidade médica, afirmou ter realizado com sucesso um transplante de cabeça humana em 2017, embora tanto o doador como o receptor já estavam mostos. A afirmação gerou debate e levantou questões sobre as implicações éticas de tais procedimentos.
- "O mais novo 'avanço' de Canavero é a continuação de uma fraude desprezível", disse Arthur Caplan, professor de bioética do Centro Médico Langone da Universidade de Nova York (UNY). Arthur, que ajudou a criar o sistema de distribuição de órgãos nos EUA, disse que não acredita que um transplante de cabeça humana algum dia seja possível.
- "Temos um programa de transplante facial aqui na UNY. É muito difícil transplantar apenas o rosto", disse ele. - "Requer doses massivas de imunossupressores, que são medicamentos que suprimem o sistema imunológico para que não ataque o transplante. A cabeça seria um problema ainda maior, exigindo doses ainda maiores. Isso provavelmente mataria a pessoas em poucos meses ou dias por rejeição ou infecção."
Também é possível que, devido a diferenças bioquímicas entre a cabeça e o corpo do doador, a pessoa provavelmente nunca consiga recuperar a consciência normal.
- "Não é como colocar uma lâmpada em um soquete novo", disse o neurocientista Dean Burnett. - "Se você mover a cabeça e o cérebro, estará colocando-os em um novo ambiente químico com novas informações neurológicas. Acho que isso deixaria a pessoa louca antes de morrer."
A perspectiva do transplante de cabeça levanta questões e preocupações éticas complexas. Ainda que a BrainBridge enfatiza que sua abordagem está enraizada em pesquisas científicas rigorosas baseadas nos mais altos padrões éticos, Sergio Canavero tem o costume de praticar estas mesmas alegações afirmando que está empenhado em manter um diálogo aberto com a comunidade científica.
Os procedimentos de transplante de cabeça apresentam desafios que estão além da capacidade da ciência atualmente conhecida. Um transplante bem-sucedido exigiria que os cirurgiões ligassem uma infinidade de nervos e vasos sanguíneos, bem como a coluna vertebral e a medula espinhal, desde a cabeça viva até o corpo do doador.
Se alguém souber como consertar e reconectar a medula espinhal, deveria estar fazendo isso em pessoas com lesões na medula espinhal. Existem milhões de pessoas assim em todo o mundo. Elas querem caminhar; querem controlar seus corpos, seus intestinos. É quase como Mengele falar sobre transplantar a cabeça de alguém que está paralisado devido a uma doença terrível para o corpo de outra pessoa. Isso é cruel e certamente é uma receita para o desastre.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig ID: c048e5ac-0172-45ed-b26a-910f9f4b1d0a
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários