Parece algo saído do programa distópico "Black Mirror", mas é apenas a mais recente adaptação da robótica para o campo de batalha moderno. Durante os recentes exercícios militares com o Camboja, os militares da China exibiram um robocão com uma espingarda automática montada nas costas, transformando essencialmente o melhor amigo (eletrônico) do homem em uma máquina de matar. Diferente do propósito do Spot da Boston Dynamics, cujo contrato de venda reza a imposição que o robô não pode ser utilizado com arma e nem para aplicações lesivas. |
- "Ele pode servir como um novo membro em nossas operações de combate urbano, substituindo nossos membros (humanos) para realizar reconhecimento e identificar o inimigo e atacar o alvo", disse um soldado identificado como Chen Wei em um vídeo da emissora estatal CCTV.
O vídeo de dois minutos feito durante o exercício China-Camboja "Dragão Dourado 2024" também mostra o robocão andando, pulando, deitando-se e movendo-se para trás sob o controle de um operador remoto.
Em um exercício, o robô que dispara o rifle conduz uma unidade de infantaria até um prédio simulado. A última parte do vídeo também mostra um rifle automático montado sob um drone aéreo de seis rotores, ilustrando o que o vídeo diz ser a "variedade de equipamentos inteligentes não tripulados" da China.
O uso militar de robocães e, claro, de pequenos drones aéreos, não é novidade. Um vídeo CCTV do ano passado também destacou os caninos eletrônicos armados com espingardas da China em um exercício conjunto envolvendo militares chineses, cambojanos, laosianos, malaios, tailandeses e vietnamitas, estacionados na China em novembro passado.
Desde a invasão russa da Ucrânia em 2022, os drones tornaram-se comuns no campo de batalha, em terra, no mar e no ar, com veículos baratos controlados remotamente, capazes de derrubar máquinas militares sofisticadas, como tanques e até navios de guerra.
As capacidades letais dos drones observadas nos campos de batalha da Ucrânia demonstraram que são grandes equalizadores, permitindo às forças militares com pequenos orçamentos de defesa competir com inimigos substancialmente melhor armados e financiados.
A China é um dos principais exportadores mundiais de drones, mas no ano passado o seu Ministério do Comércio impôs controles de exportação à tecnologia de drones, citando a necessidade de salvaguardar a segurança e os interesses nacionais.
No entanto, os cães robóticos parecem estar recebendo bastante publicidade do Exército de Libertação Popular. Eles têm aparecido nas redes sociais altamente regulamentadas da China há pelo menos um ano.
Segundo o jornal estatal Global Times, a presença de robocães em exercícios com militares estrangeiros indica um estágio avançado de desenvolvimento.
- "Normalmente, um novo equipamento não será levado para um exercício conjunto com outro país, então os robocães devem ter atingido um certo nível de maturidade técnica", disse o Global Times.
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