Os últimos dias de Leo Tolstoi capturados em raras imagens de 1910

Há 114 anos, em 20 de novembro de 1910, Lev Nikoláievitch Tolstoi, mais conhecido como Leo Tolstoi, o autor que nos deu dois grandes clássicos russos, "Anna Karenina" e "Guerra e Paz", morreu em Astapovo, uma pequena e remota estação de trem no coração da Rússia. Pneumonia foi a causa oficial. Depois de um dia inteiro de viagem, ele começou a passar mal, o mestre da estação acolheu-o em seu apartamento, e seus médicos pessoais foram chamados para socorrê-lo. Tolstoi recebeu injeções de morfina e cânfora, mas não resistiu.

Sua morte ocorreu poucas semanas depois de Leo, então com 82 anos, tomar uma decisão bastante dramática. Ele deixou sua esposa, sua propriedade confortável e sua riqueza, e viajou 26 horas para Sharmardino, onde sua irmã freira, Marya, morava, e onde ele planejava passar o resto de sua vida em uma pequena cabana alugada.

Mas então ele seguiu em frente, embarcando em um trem de segunda classe e comprando suas passagens de estação em estação para evitar perseguição, para o Cáucaso, fugindo de seus inimigos poderosos da Igreja Ortodoxa. A viagem provou ser mais do que sua constituição já enfraquecida poderia suportar.

A polícia tentou limitar o acesso a procissão do cortejo fúnebre com caixão aberto, mas milhares de camponeses reuniram-se nas redondezas, pois pensaram que algum nobre havia morrido. Segundo algumas fontes, Tolstoi passou as últimas horas de sua vida pregando o amor, a não-violência e o georgismo aos passageiros do trem.

Surpreendentemente, a filmagem acima nos leva aos últimos dias de Leo, e direto para seu próprio leito de morte. Este clipe vem de uma série da BBC de 1969, "Civilisation : A Personal View", de Kenneth Clark, e hoje em dia você ainda pode encontrar cópias do livro circulando on-line.

A fotografia que ilustra este posto foi tomada em 1908 pelo genial Sergey Prokudin-Gorsky, grande amigo de Leo. No entanto o mundo só foi conhecê-la em meados dos anos 80 quando técnicos da Biblioteca do Congresso americano, que comprou a coleção de placas de Sergey, conseguiram desenvolver um mecanismo para revelar as placas para o papel e depois para o digital.