![]() | Comparados aos córregos de água branca que descem montanhas, os rios que fazem meandros nas planícies podem parecer domados e preguiçosos. Mas os córregos nas montanhas são contidos pelas paredes íngremes dos vales que eles cavam. Seus cursos estão literalmente escritos em pedra. Nas planícies abertas, as paredes de pedra dão lugar ao solo macio, permitindo aos rios alterar suas margens e configurar seus próprios cursos, que sempre mudam, em direção ao mar. Cursos que quase nunca seguem reto. |

Não seria mais fácil para um rio seguir toda vida direto em direção ao mar? Mas isso simplesmente não acontece porque tudo o que é preciso para transformar um trecho reto de rio em um trecho curvo é um pequeno distúrbio e a passagem do tempo. E na natureza há bastante dos dois.
Digamos, por exemplo, que uma jacutinga dispersa uma semente de jacarandá em uma margem de rio. No começo brota uma arvorezinha que não faz mal para ninguém, mas 20 anos depois o grande jacarandá enfraquece a margem, que eventualmente desmorona e desliza para dentro do rio.
A água flui pela recém criada cavidade, removendo pedaços de terra soltos fazendo a cavidade crescer, o que leva a água a fluir um pouco mais rápido e remove mais um pouco de terra da margem... e assim por diante.
Quanto mais o fluxo do rio é desviado para dentro do buraco que se aumenta em uma margem e para longe da margem do outro lado, o fluxo lá desacelera.
E como a água que se move devagar não consegue carregar partículas pequenas que a água que se move rápido consegue, essas partículas se depositam no fundo e se assentam tornando o curso ali mais raso e ainda mais lento, e continua se acumulando até que se forme um novo pedaço de terra dentro desta margem.
Enquanto isso, a água movendo-se rápido perto da margem de fora faz a curva com momento o bastante para cruzar o canal do rio e se chocar com a outra margem, onde começa a cavar outra curva. E depois outra, e depois outra, e outra... Ou seja, depois de 30 anos "uma cagada" de jacutinga mudou todo o curso do rio.
Quanto mais largo o rio, mais distância é necessária para estilingar a corrente até a outra margem, e maior é a distância rio abaixo até a próxima curva. De fato, medidas de meandros por todo o mundo, revelam um padrão surpreendentemente regular: o comprimento de um meandro em formato de S tende a ser igual a seis vezes a largura do rio.
Então rios pequenos com meandros, tendem a parecer com miniaturas de seus irmãos maiores. Desde que nada entre no caminho dos meandros, suas curvas vão continuar a crescer e crescer até se encontrar e se unir. Quando isso acontece, o rio segue o caminho mais reto para baixo, deixando para trás um remanescente em forma de meia-lua chamado "lago ferradura" ou braço morto.
Quando isso acontece, é criado um novo canal fluvial quase em linha reta, que é aprofundado à medida que a água flui mais rapidamente porque o caminho é menor e a curva do meandro é abandonada.
Quando a deposição finalmente sela o atalho do canal do rio, o braço morto é formado. Este processo ocorre ao longo do tempo, com uma duração diferente, de vários anos a várias décadas e pode, por vezes, ser essencialmente estático. O "lago ferradura", sem fornecimento de água, geralmente morre. E o rio mais rápido e caudaloso volta à mercê da "cagada" de jacutinga.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig: 461.396.566-72 ou luisaocs@gmail.com
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários