O caso é que as prostitutas, os exércitos e as guerras sempre foram um triângulo bem sustentado. A história conta que o terceiro Duque de Alba considerava até uma proporção entre soldados e meretrizes. Segundo o espanhol, o acertado, para evitar problemas e para manter a tropa "satisfeita", era necessário ter uma prostituta para cada oito soldados no exército. Como ele chegou a esse número ninguém sabe, mas dizia que era a "proporção perfeita". Coitadas dessas mulheres!
A própria Grande Armée de Napoleão, possivelmente o melhor exército de sua época, também tinha este vício. E assim, apesar de que a gonorreia e a sífilis assolavam suas fileiras, os soldados napoleônicos seguiam desfrutando de suas carnais parceiras de campanha.
Foi aí que Napoleão, demonstrando uma vez mais sua grandeza e pragmatismo, consagrou no código napoleônico de 1810 que as prostitutas estavam autorizadas no exército, e estabeleceu uma série de revisões médicas obrigatórias para elas.
Dessa forma começou uma bonita relação entre o exército francês e as meretrizes, que, ao que parece, durou até a década de 1950. Inclusive parece que algumas valorosas prostitutas receberam medalhas por serviços prestados a uma guarnição que ficou isolada na Guerra da Indochina (1947-1954).
Acontece que esta relação soldados e prostitutas sempre constituiu um aspecto obscuro para a sociedade, que quase sempre fingia não ver este tipo de confraternização social. Mas algo realmente surpreendente aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial. Como devem saber, as DSTs acompanhavam as prostitutas nesses conflitos históricos, onde trabalhavam sem higiene e bem distante de quaisquer tipos de condições salutares. Some se a isso a quantidade de clientes, pouco recursos e ausência de profissionais de saúde para descambar em um monte de doenças, desde algumas simples infecções até outras que podiam causar a morte. De forma que uma pessoa responsável deveria a todo custo evitar na medida do possível o contágio.
Mas, segundo conta o historiador Peter Englund em "The Beauty and the Sorrow", não foi bem assim que aconteceu na Primeira Guerra, quando então, uma prostituta portadora de doenças transmissíveis sexualmente tinha um programa mais caro do que uma saudável, isto é, cobrava mais por seus serviços. A explicação é simples: porque sua demanda era maior, já que muitos soldados queriam contrair o mal venéreo para obter uma licença por doença e assim fugir da frente de combate.
Mata Hari, a espiã mais famosa da primeira guerra e de sempre.
E a coisa não acaba aí, já que alguns soldados buscavam diretamente a infecção, sem a transmissão sexual. Isto é, simplesmente queriam simular a doença, o que gerou um obscuro e repulsivo mercado de pus gonorreico que os homens usavam para untar seus genitais.
A desinformação aliada a ignorância e ao desespero era tão grande, como costuma acontecer em ambientes hostis no entorno de batalhas, que alguns soldados esfregavam o icor nos olhos, o que podia resulta em uma cegueira para o resto da vida. Também compravam e vendiam mucosidades expectoradas por pessoas tuberculosas, com o mesmo fim.
Segundo o que podemos notar, qualquer coisa era melhor do que ser enviado à frente.
Fonte: NYTimes.
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Comentários
Eu jamais lutaria/morreria pelo Brasil, uma pais de merda que não proporciona condições minimas de saude e educação e que tem politicos que te roubam descaradamente, sem o menor pudor, e ainda riem da sua cara...
Vou dar minha vida pra manter isso? Não mesmo.
Cada um tentando sobreviver...
Comer qualquer coisa, mesmo estragada. :roll:
Quem serviu nas forças armadas deve saber o que nego faz pra evitar os acampamentos... pegar uma dispensa na véspera do exercício de longa duração é o grande "bizú", tem casos da galera fazer fila pra se contagiar com uma conjuntivite :fool:
Agora eles comem comida vencida e roubam uns aos outros :roll:
tinha que ser como na coreia que eles tinha a "honra"...
Ok.
Eu iria preferir morrer na frente de combate... pelo menos daria pra levar alguns bastardos comigo :twisted:
Velho... Que história! Me parece óbvio, romanticamente falando, que o homem encontre na doença uma desculpa para deixar de cumprir algo que lhe foi imposto (todos fizemos isso elo menos uma vez para faltar a escola, não é?)...
Mas não tinha imaginado que isso poderia ocorrer em algo mais importante e de forma consideravelmente mais nojenta. Da-se um desconto referente a falta de conhecimento da época, mas enfim.
Estava pensando na proporção "uma prostituta para cada oito soldados no exército". Não li sobre isso, mas tendo toc para proporções, acho que a ideia era a seguinte: proporcionar sexo a um soldado por dia na semana, acrescido de um oitavo soldado, para que ninguem usufruisse o mesmo dia toda semana. Para nenhum soldado dizer: "hoje é meu dia de ter diversão", "segunda é meu dia favorito aqui no batalhão", essas coisas.
Caramba.
"Melhor morrer de uma infecção do que no campo de batalha"? Putz.