Isetta: o icônico carro bolha que é considerado o primeiro microcarro do mundo

O Isetta era um microcarro que foi originalmente projetado na Itália durante o início dos anos 1950. No início, algumas pessoas o descreveram como um veículo que parecia ter sofrido uma colisão entre uma geladeira e uma scooter. Inicialmente fabricado pela empresa italiana Iso SpA. Após a Segunda Guerra Mundial, a demanda do mercado europeu por carros pequenos e baratos inspirou o engenheiro e empresário Renzo Rivolta a criar um. Na época, ele era dono da Iso Autoveicoli, a terceira maior fabricante de veículos de duas rodas do país, empresa que, antes da guerra, fabricava geladeiras e outros eletrodomésticos.

Essas raízes foram melhor simbolizadas pela porta tipo geladeira, característica que se tornou emblemática do microcarro.

O Isetta causou sensação quando foi apresentado à imprensa automobilística em Turim, em novembro de 1953. Era diferente de tudo o que se viu antes.

Pequeno, apenas 2,29 metros de comprimento por 1,37 de largura, e em forma de ovo, com janelas do tipo bolha, toda a frente do carro articulava para fora para permitir a entrada.

Em caso de acidente, o motorista e o passageiro deveriam sair pelo teto solar de lona.

O volante e o painel de instrumentos giravam para fora com a porta única, simplificando o acesso ao banco único.

O assento proporcionava conforto razoável para dois ocupantes e talvez uma criança pequena.

Atrás do assento havia uma grande prateleira com uma roda sobressalente localizada logo abaixo.

Um aquecedor era opcional. A ventilação era feita abrindo as janelas triangulares dianteiras e ou abrindo o teto solar de tecido.

A potência vinha de um motor de motocicleta de dois tempos de 236 cc. O motor era ligado por um gerador de partida combinado conhecido como Dynastart.

Uma caixa de velocidades manual fornecia quatro velocidades para a frente e para trás.

Um acionamento por corrente conectava a caixa de câmbio a um eixo traseiro sólido com um par de rodas traseiras de 250 milímetros bem espaçadas.

Os primeiros protótipos tinham uma roda na traseira, mas ter uma única roda tornava o carro instável e propenso a capotamento, então o layout da roda traseira foi alterado para duas rodas separadas 480 milímetros uma da outra.

O Isetta levava mais de 30 segundos para atingir 50 km/h a partir do repouso. A velocidade máxima era de apenas 75 km/h.

O tanque de combustível continha apenas 13 litros; o Isetta tinha umaconsumo de mais ou menos 17 km/l.

Renzo Rivolta queria se concentrar em seu novo carro esportivo Iso Rivolta e estava interessado em fazer acordos de licenciamento.

As fábricas na Espanha e na Bélgica já estavam montando Isettas e Autocarros usando componentes Iso de fabricação italiana.

A BMW começou a conversar com a Rivolta em meados de 1954 e comprou não apenas uma licença, mas também as ferramentas completas da carroceria Isetta.

A Rivolta também negociou acordos de licenciamento com empresas na França e no Brasil. Em 1955, a Iso concedeu os direitos de produção do Isetta para as Indústrias Romi, fabricante de máquinas industriais e agrícolas, com sede em Santa Bárbara d'Oeste, no estado de São Paulo.

Lançado em 5 de setembro de 1956, o Romi-Isetta se tornou o primeiro automóvel de passeio de fato fabricado em série no Brasil.

Em 1959, o Romi-Isetta passou a ser equipado com um motor de quatro tempos da BMW, o mesmo que equipava o BMW-Isetta.

Até 13 de abril de 1961, dia em que findou a produção no Brasil, haviam sido fabricadas cerca de três mil unidades em Santa Bárbara d'Oeste, muitas das quais ainda hoje permanecem nas mãos de colecionadores.