Depois de três anos de isolamento em uma ilha remota, Ponso o chimpanzé finalmente recebeu uma visita este ano: Estelle Raballand, diretora do Centro de Conservação de Chimpanzés. A felicidade do solitário animal era óbvia com seus sorriso de orelha a orelha e a maneira como ele quase que imediatamente abraçou Estelle quando ela estendeu a mão para ele. A história trágica de Ponso começou há trinta anos, quando ele foi abandonado na Costa do Marfim, juntamente com 65 outros chimpanzés. |
A maioria destes chimpanzés foram capturados na natureza e usados como cobaias pelo New York Blood Center de pesquisa sobre a hepatite. Durante a fase de testes foram anestesiados e acorrentados para realização de biópsias. Após a finalização dos testes, o laboratório simplesmente deixou os chimpanzés em várias ilhas remotas sem fonte natural de alimentos e ocasionalmente ficaram sem suprimentos.
Os 20 chimpanzés do grupo de Ponso tinham idades entre 7 e 11 anos, quando foram abandonados; Ponso tinha 10. 11 deles morreram dentro de um prazo de nove meses, e os outros sobreviventes foram enviados para uma ilha diferente. As condições na nova ilha não eram melhores, porém, e, eventualmente, apenas restaram Ponso, sua companheira e seus dois bebês. Germain, um homem amável de uma aldeia próxima começou a levar bananas e pão de vez em quando, e até hoje é a única fonte de alimentos do animal.
Infelizmente, toda a família de Ponso morreu também, deixando o chimpanzé em uma vida de isolamento completo na ilha desabitada. Dadas as experiências traumáticas que ele enfrentou por conta de seres humanos, a capacidade do animal de 40 anos em confiar e abraçar os seres humanos imediatamente não é nada menos do que notável. Quando Estelle o visitou, ele ficou tão feliz que riu e envolveu-a em um abraço apertado.
Infelizmente, sua alegria durou pouco já que ele não tinha outra escolha a não ser voltar para sua vida de solidão depois que seus visitantes humanos foram embora. O Human Society dos Estados Unidos está tentando levantar dinheiro para Ponso e outros chimpanzés abandonados em ilhas africanas remotas e um grupo chamado SOS Ponso iniciou uma campanha de crowdfuning que já ultrapassou o objetivo inicial. Eles planejam usar esse dinheiro para fornecer alimentos e cuidados veterinários urgentes ao chimpanzé mais solitário do mundo.
Até recentemente, o New York Blood Center ainda estava cuidando (ou pelo menos afirmam) dos chimpanzés que foram utilizados como cobaias, mas anunciaram no ano passado que iriam deixar de cuidar dos animas que foram abandonados na África. Em uma declaração oficial disseram que já haviam empregado milhões de dólares de custos ao cuidado dos chimpanzés, e que havia um conflito sobre a própria responsabilidade com o governo liberiano sobre os animais. Eles também acrescentaram que nunca tiveram, contratual ou de outra forma, qualquer obrigação de cuidar dos chimpanzés.
Infelizmente, devido a sua história de testes de laboratório, Ponso provavelmente nunca será capaz de deixar a ilha remota ou desfrutar da companhia de outros chimpanzés. Uma triste história que esperamos sirva de exemplo para que cessem esta classe de práticas com animais que depois são abandonados a sua sorte. Isto tem que acabar já.
Fonte: Dodo.
Fotos: Estelle Raballand
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