As imagens foram gravadas no hospital psiquiátrico Hill Crest, do Alabama. O centro pertence à rede United Health Services (UHS) que, com 200 hospitais em que estão internados 455 mil pacientes, é a maior dos Estados Unidos. O protagonista do primeiro vídeo é Hayden Vice, que quando ocorreu o episódio, em abril de 2015, tinha 15 anos. No vídeo vemos o jovem parado no meio do corredor, com muletas e uma perna engessada. Segundo contou Hayden, o enfermeiro pediu que fosse tomar banho, mas ele respondeu que outra enfermeira recomendou não molhar o gesso. O enfermeiro insistiu uma vez mais. |
- "Não, não vou fazer", contestou Hayden. - "Vou fazer o que me disse a enfermeira."
Ante a negativa de Hayden, o enfermeiro dirigiu-se ao jovem, tomou-o pelo pescoço e empurrou-o contra a parede e o chão. Ato seguido, com a ajuda de outro funcionário, levou-o a outra sala. Hayden saiu minutos mais tarde, com o rosto e a camiseta manchadas de sangue. Nesse momento o jovem pegou suas muletas e tentou golpeá-lo, sem sucesso. Outra vez, foi levado a outro sala.
Hayden contou que o enfermeiro bateu sua cabeça contra o armário e depois agarrou seu pé direito -o que estava quebrado- e bateu contra o piso.
As autoridades do hospital contaram à mãe que o filho tinha levado um tombo. A mulher, que já tinha visto o filho com ferimentos durante uma internação anterior, não acreditou nessa versão e quando viu Hayden nessas condições pediu que o deixassem ir imediatamente. Essa mesma noite teve alta.
- "Fizeram-me sentir como se não quisesse viver mais", disse o adolescente.
O outro vídeo mostra Adryana Metcalf, de 16 anos, enquanto é arrastada por três enfermeiros do hospital. A briga começou porque ela tinha aproximado a cadeira da televisão. Os enfermeiros proibiram e ela, como forma de protesto, se sentou no canto da sala. Nesse momento foi rodeadas por três enfermeiros exigindo que fosse para seu quarto. A adolescente tentou resistir até que uma enfermeira conseguiu acalmá-la aplicando uma injeção.
- "Carregaram-me como se fosse um animal", disse a jovem. Segundo disse, posteriormente apertaram sua cabeça contra o colchão para que não pudesse respirar. A jovem ainda está no hospital, já que a mãe, ao não saber da filha, não pediu para retirá-la dali.
A rede UHS qualificou os vídeos de incidentes isolados. No entanto, há depoimentos de outros casos de abusos. Em alguns casos as vítimas seriam crianças. Por isso, o centro está sob observação das autoridades federais por suas práticas. O estado de Oklahoma decidiu não enviar mais crianças em custodia e interrompeu o contrato com a UHS.
A rede, subsidiada pelo estado, reportou no ano passado ganhos de mais de 8 mil milhões de dólares.
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