Também não devemos confundir o canário-selvagem com o canário-da-terra (Sicalis flaveola brasiliensis), mostrado logo abaixo, já que a única coisa em comum entre eles é a ordem de passeriformes. O primeiro é da família Fringillidae e o brasileiro da Thraupidae.
Os canários-do-Atlântico foram criados em cativeiro pela primeira vez no século XVII, quando foram levados para a Europa por marinheiros espanhóis. O pássaro logo se tornou o queridinho nas cortes dos reis espanhóis e ingleses devido ao seu belo canto.
Os criadores, espertos, só vendiam os machos -que cantam-, o que manteve alta demanda de canários elevando seu preço. Eventualmente, os italianos começaram a comercializar fêmeas e a popularidade do pássaro explodiu, resultando no surgimento de muitas raças e na criação de pássaros em toda a Europa.
O mesmo ocorreu na Inglaterra. Primeiro, os pássaros eram propriedade apenas dos ricos, mas eventualmente os cidadãos locais começaram a criá-los e, novamente, eles se tornaram populares também. Muitas raças surgiram por meio de reprodução seletiva e ainda são muito populares hoje por seus cantos.
Originário de Gloucestershire, Inglaterra, mas não encontrado na natureza, o canário-Gloster é o resultado da reprodução seletiva que foi originalmente criado a partir de vários outros canários no início da década de 1920. A princípio, o Gloster era criado também apenas por seu canto e cores, até que alguém notou que alguns deles começaram a desenvolver as cristas bizarras na hibridação com um Carduelis de crista.
Desde então existem dois tipos de canários-Gloster: coronas e consortes. Os canários-gloster-corona têm o penteado de "tigelinha" nas penas no topo de suas cabeças, enquanto os canários-gloster-consorte não são nada diferentes da maioria dos canários-do-reino em relação a aparência, mas o canto pode variar bastante.
O ser humano amou tanto os canários que, através das variações na reprodução, essas aves hoje podem exibir combinações de amarelo, marrom, branco, geada, canela, cinza, verde e até vermelho. Algo espantoso, dado que os canários-selvagens machos tem uma mescla de amarelo verde e cinza e as fêmeas não diferem muito de um pardal. Atualmente existem mais de 27 raças e mais de 564 variações de cores.
Mas há um componente valioso nessa equação para que isso tudo fosse conquistado e que é pouco valorizado. Todas estas cores foram emprestadas de uma passarinho muito comum nas selvas brasileiras e do mundo todo: o pintassilgo, que através da hibridação emprestou todo este arco-íris aos canários domésticos.
Como não podem ser soltos para viver na natureza, idealmente poderia parecer melhor que estas aves fossem criadas em grandes viveiros. Mas é complicado: os canários são extremamente territorialistas e não podem ser alojados com outros canários do mesmo sexo; é morte na certa.
Muitos amantes de canários os acostumam a voar dentro de casa e, com o tempo, liberam para que façam um rolê na natureza. No entanto estas experiências podem ser traumáticas, sobretudo se houver pardais nos arredores que atacam sem dó os canários.
Como costuma ocorrer com animais criados seletivamente, os canários-Gloster devem ser mantidos bem longe de correntes de ar e mudanças drásticas de temperatura para evitar o desenvolvimento de problemas respiratórios.
Além disso, eles podem ser propensos a sacos aéreos, penas com bactérias e ácaros-vermelhos. O rosto escamoso também pode ser um problema e, se forem alojados ao ar livre, a varíola canária pode ser transmitida por mosquitos.
Como a maioria dos canários, o Gloster vive bastante se criado com todos os cuidados necessários. Em geral eles vivem de 10 a 15 anos, mais o mais velho registrado conseguiu comemorar 18 anos de idade.
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