As borboletas que voam como pipas ao vento

A rabo-de-dragão-verde (Lamproptera meges) é uma das raras espécies de borboleta rabo-de-andorinha encontrada apenas no sul e sudeste da Ásia. Entre as menores rabos-de-andorinha que existem, a rabo-de-dragão-verde costuma ser encontrada apenas ao longo de áreas abertas iluminadas pelo sol, quase sempre perto de riachos e cursos d'água. Também pode ser vista em pequenos grupos, geralmente dois ou três voando em uma faixa de altitude de 100 a 1.520 metros. Tendo uma proporção muito menor de tamanho de asa em relação ao comprimento do corpo, elas voam rapidamente.

Essas borobletas batem rapidamente as asas e se movem para frente e para trás de uma maneira que lembra as libélulas, com suas longas caudas atuando como lemes. Enquanto se alimentam, elas vibram suas asas rapidamente, mas param de vez em quando. Ocasionalmente, descansam em folhas de arbustos com asas abertas e estacionárias.

Os sexos são semelhantes, mas a fêmea é mais opaca e tem um sulco de cópula ventral antes da ponta do abdômen. Os machos dessa espécie não possuem a marca sexual. Seu estado de conservação é considerado como pouco preocupante, mas é considerada vulnerável e precisa de proteção na península da Malásia.

Como seus rabos-de-andorinha são muito grandes eles parecem esvoaçar como rabiolas. Essas borboletas são fascinantes não só por suas asas hialinas (transparentes) e seu longo rabo, senão pela forma que utilizam para se deslocar voando.

Nesta imagens em câmera-lenta, feitas pelo entusiasta de entomologia Kazuo Unno, no norte da Tailândia podemos apreciar o movimento das asas como se tratasse de pipas agitadas pelo vento.

Neste outro vídeo é possível vê-las em tempo real, que não é menos fascinante. O vídeo diz de forma equivocada que a rabo-de-dragão-verde está urinando. Isso é impossível porque embora subsistam com uma dieta líquida, as borboletas não fazem xixi ou cocô de verdade. Elas simplesmente não têm o aparato necessário, como os rins, para filtrar e concentrar a urina. No entanto, se elas sugarem muita água da qual os minerais dissolvidos são filtrados, elas têm um aparato, tipo um ânus rudimentar, para liberar um fino jato de líquido de seus abdomes.