Em praticamente todas as águas temperadas ou tropicais da Terra habita um curioso molusco gastrópode, uma espécie de nudibrânquio, também chamados lesmas-marinhas porque não têm concha nem carapaça, de formas elegantes e cores vistosas que misturam o branco e o cinza pérola com diferentes tons de azul. Vive geralmente mar adentro, flutuando sobre as águas, ainda que em ocasiões é possível vê-lo nas praias. Se alguém encontrar um animal desse, deveria ter cuidado ao manipulá-lo, já que guarda um veneno de grande poder urticante. |
É que o dragão-azul (Glaucus atlanticus), que mede entre 3 e 6 centímetros de comprimento, tem o costume de se alimentar de organismos que são maiores que ele, como a caravela-portuguesa (Physalia physalis), cuja picada é lendariamente dolorosa e perigosa. O dragão-azul a engole inteirinha, sugando-a, e com o veneno da caravela fabrica outro mais poderoso que guarda em umas bolsas que tem por todo o corpo.
Caravela-portuguesa (Physalia physalis), o alimento do dragão azul.
O primeiro exemplar de dragão azul foi encontrado perto de Ibiza em 1705. Naquele momento acharam que se tratava de uma larva de algum inseto marinho. Desde então já foi avistado na costa da África do Sul, nas águas européias do mar Cantábrico, Moçambique, Bermudas, Peru, Índia e mais recentemente na ilha australiana de Stradbroke, quando um usuário do TikTok publicou um vídeo brincando com a criatura marinha.
Fascinado com o aspecto extra do animal, o jovem tirou a lesma-marinha da água perguntando se alguém sabia de que espécie se tratava. Milhares de pessoas responderam à publicação avisando que se tratava do dragão-azul, cujas picadas podem causar forte urticária e, às vezes, pode produzir lesões mais graves ou choque anafilático. Em ocasiões dizem que o simples contato com a água que contenha nematocistos do veneno pode causar irritação.
Curiosamente, um dos mistérios até agora não resolvidos a respeito deste singular animal, é se nada e se move por si mesmo ou simplesmente se deixa arrastar pela corrente. Alguns dos pesquisadores que o estudaram o qualificam como lento, apático, se movendo só uns dez centímetros em cinco minutos ou como extremamente preguiçoso e letárgico.
Com respeito a seu nome científico, Glaucus atlanticus, deriva de Glauco, ser da mitologia grega que era filho de Poseidon e a náiade Nais. Apesar de tão excelsos pais, Glauco era um simples pescador que se tornou imortal ao mascar plantas mágicas. Mas, transformado em um ser com rabo de peixe e cabeleira de algas marinhas, ficou condenado a viver no mar eternamente.
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