Nova bateria lítio-metal se carrega em 10 minutos e tem vida útil de 15 anos

As baterias de lítio-metal são um santo graal para a ciência. Estamos faz quarenta anos trabalhando nelas, mas não fomos capazes de estabilizá-las... até agora. Se o novo desenho apresentado na revista Nature realmente funciona, pode ser a revolução energética que esperávamos e o fim das baterias de íon-lítio, que têm um problema chamado dendritos. À medida que a bateria carrega e descarrega, os íons de lítio que viajam do ânodo ao cátodo criam estruturas daninhas similares a raízes que vão crescendo.

Estas estruturas não só reduzem a capacidade da bateria, senão que chegam a provocar curtos e explosões ao perfurar os delicados painéis que separam os eletrodos.

O que Xin Li e sua equipe da Universidade de Harvard conseguiram é um desenho de bateria que não inibe o crescimento de dendritos, senão que os guia de maneira que esteja contido em uma região concreta da bateria e não provoque danos.

Seu desenho em camadas, como se tratasse de um sanduíche, deu a esta nova bateria o nome de BLT, em homenagem ao popular sanduíche de bacon, lettuce e tomato (bacon, alface e tomate).

Ainda que restam um par de questões a resolver, os pesquisadores asseguram que seu desenho é perfeitamente apto para a produção de baterias em massa e seu custo é muito similar ao das atuais baterias de íons de lítio.

Os resultados de sua descoberta acabam de ser publicadas na revista Nature. Se forem confirmados, será o fim de um problema que os fabricantes de baterias vinham arrastando faz quatro décadas. Por enquanto Li e seus colegas fabricaram um protótipo funcional que já passou por 10.000 ciclos de carga e descarga e segue funcionando com 82% de sua capacidade.

Que vantagens tem esta nova bateria? Pois todas. Para começar é mais leve, mas ao mesmo tempo mais densa que as de íons de lítio, o que a torna ideal para veículos elétricos porque permitirá aumentar muito sua autonomia.

Segundo o comunicado publicado por Harvard, a bateria também é mais duradoura -entre 10 e 15 anos-, e sua densidade permitirá fabricar baterias de automóvel que podem ser carregadas em apenas 10 ou 20 minutos.