Os ftirápteros, mais conhecidos como piolhos, são esses insetos ápteros capazes de resguardar-se durante longas temporadas sob o calor de seu couro cabeludo. Eles constituem uma ordem de insetos que contém mais de quinhentas espécies. Não tem asas e são parasitas externos de mamíferos e das aves. Chegado o momento, o piolho saca seu "chicote" com suas antenas e passa a alimentar-se de seu sangue. Quando você percebe sua presença já é tarde: tem dezenas em seu cabelo resultado de seus ovo que eclodiram. |
Geralmente os piolhos afetam mais crianças, ma não é um problema unicamente dos pequenos, os piolhos também podem passar de adulto a adulto. Por exemplo, é possível que você tenha abraçado um amigo que por sua vez pegou de seus filhos. Ou podem ter saltado de um pente, ou talvez tenha experimentado um chapéu ou boné em uma loja que tinha um piolho de outra pessoa anterior, encontrando o inseto um novo lar.
Quanto ao que sabemos de sua história, os piolhos concorrem com os humanos em existência. Já foram encontrados em múmias peruanas, ou nos dentes do pente de um soldado romano. No entanto, apesar de nosso longo conhecimento sobre o inseto, sabemos pouco a respeito dos piolhos.
Sabemos que no Antigo Egito sofreram verdadeiras pragas destes parasitas, de fato, Cleópatra foi enterrada com pentes de ouro para piolhos, enquanto outros egípcios raspavam todo o corpo para tratar de erradicá-los. Portanto, o problema não é novo, ainda que a solução está longe de ser encontrada.
Que conheçamos, existem 532 espécies de piolhos, sendo o tipo mais comum em humanos os piolhos na cabeça (Pediculus humanus). Trata-se de um parasita de seis patas que mede aproximadamente de 2 a 10 milímetros. Têm o corpo translúcido com uma leve tonalidade amarela ou marrom. Ademais, dá para ver o sangue que leva dentro do corpo em uma pequena cavidade de seu interior.
Dita cavidade divide-se em três partes: a primeira é uma bolsa localizada no centro do corpo do pequeno inseto; as outras duas são ramificações da cavidade principal cuja função é fazer chegar o sangue às partes superiores de seu corpo.
Cada uma das seis patas tem um pequeno gancho no final que lhes ajuda a subir, descer, ficar grudado ou se arrastar rapidamente para o couro cabeludo. Uma vez ali chega o momento da "refeição": o piolho deleita-se com nosso sangue várias vezes ao dia, e uma vez que se acomodaram, são tremendamente difíceis de detectar.
Os piolhos adultos são bem pequenos e as crias e lendêas são bem menores ainda. Ademais, o parasita fica bem camuflado, com a cor do cabelo ao seu redor. Não só isso, o próprio couro cabeludo é um caldo de cultivo perfeito.
Pensemos que em apenas um dia uma fêmea de piolho pode pôr até oito ovos. Estes ovos só demoram ao redor de uma semana em incubar, e uma vez que têm 10 dias de idade, estas crias passam a pôr seus próprios ovos. Dito de outra forma, a praga é quase impossível de evitar.
Conquanto é raro encontrar mais de 20 piolhos vivos em qualquer cabeça humana que cuida minimamente de sua higiene, a verdade é que poderia ter dúzias ou centenas de cadáveres de parasitas ao longo de nosso cabelo. Agora, se faltar a higiene não é incomum que o cabelo acomode centenas de insetos, geralmente junto a uma caspa que dá medo. Há um vídeo no Youtube que mostra esta situação repulsiva, que eu não tive a coragem de compartilhar no MDig.
Soluções? É outro dos grandes problemas. Os piolhos podem segurar a respiração durante oito horas, portanto, se metemos na água também estão em perfeito estado. Ademais, têm fama de desenvolver resistência aos inseticidas.
Por exemplo, durante a Segunda Guerra Mundial os militares polvilharam milhões de soldados com dicloro difenil tricloroetano, um pesticida organoclorado com o qual tentaram controlar o tifo transmitido pelos piolhos. No entanto, graças a seu uso excessivo os parasitas desenvolveram resistência ao veneno.
Inclusive na atualidade ainda há repercussões daquilo. Muitos xampus e loções usam produtos similares para matá-los, o que em alguns lugares facilitou aos piolhos desenvolver essa resistência aos tratamentos.
Contudo, na última década os pesquisadores desenvolveram novos tratamentos, como a loção de evermectina, que paralisa os piolhos ao interromper seus sistemas nervosos.
Não obstante, sempre podemos voltar ao remédio dos egípcios: raspar a cabeça parece uma aposta quase segura e econômica, ainda que talvez não apta para todo mundo.
Vou correndo lavar o cabelo com sabão de coco pois estou com a cabeça toda pinicando depois de ver este último vídeo.
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